11. Brigas e recaídas

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Pov Hinata.

Eu não posso perder a Natsu, mas também não posso deixar que ela permaneça nesse inferno que é conviver com nossa mãe. Talvez seja melhor para ela, mas dói tanto...

─ Não...por favor... ─ comecei a chorar escandalosamente sem conseguir conter minhas lágrimas. Estava quebrado demais.

Os homens que arrumavam e guardavam às caixas, apenas passavam por mim como se eu não existisse, entretanto minha mãe andou em minha direção se abaixando perto de mim.

─ Para com esse teatrinho, ou eu vou torcer seus dedos para que você chore de verdade, agora levanta e entra! ─ ela diz perto do meu ouvido e se afasta, porém assim que levanto o rosto me deparo com Natsu na porta de casa.

Ela se aproxima de mim e somente quando seu corpo abraça o meu que percebo que ela estava chorando, no mesmo momento retribuí o abraço enquanto ouvia seus soluços.

─ Eu não quero ir embora! ─ ela disse em alto e bom senso perto de meu ouvido.

─ Oh meu amor... ─ eu estava chorando mais do que ela, mas mesmo assim tentei manter a calma, por ela. ─ Você vai amar o lugar.

Não faço ideia de para onde, ou o quão longe ela vai, mas qualquer lugar é melhor do que aqui, perto da minha mãe. Então, abraço ela mais forte ainda e faço carinho em seu cabelo, sinto uma dor em tudo ao mesmo tempo.

Infelizmente, Natsu era uma das poucas coisas das quais eu sinto uma alegria enorme ao ver, ela é minha responsabilidade, é minha irmãzinha, eu queimaria o mundo por ela.

Assim que consegui fazer ela parar de chorar a carreguei, senti ela dormi em meus braços, então acabei sorrindo. Até que minha mãe sai de casa com a melhor face dela.

─ Vamos, me dê ela, irei levar ela para casa do pai dela e depois volto. ─ suspiro, pelo menos ela dormiria fora de casa, e pelo menos eu poderia ficar sem apanhar uma noite.

─ Não machuque ela... ─ digo sem querer entregar ela para minha mãe. Até que ela se aproxima e puxa Natsu. Aos poucos soltei ela com o rosto puto encarando ela.

Vejo minha mãe levar ela, e encaro ela indo embora uma última vez, antes de sumir completamente no elevador. Entro em casa e fecho a porta com força, começando a pensar em tudo de uma vez só. Até que uma pessoa me passa na cabeça.

Kageyama.

Ele não sabe de nada sobre mim, e eu mal sei sobre o que aconteceu entre ele e os pais dele, a única pessoa que sabe de tudo agora nem fala comigo direito. Como será que Kenma está? Bem, não faço ideia.

Meu foco agora é o Iwaizumi, trabalhei toda madrugada como entregador de pizza escondido da minha mãe e consegui uma parte do dinheiro que estávamos juntando. Mas eu só estava pensando em mim naquele momento, até ver uma mensagem no WhatsApp.

"CONSEGUIMOS O REMÉDIO." - Bokuto.

"Vocês foram incríveis!" - Yaku.

"ISSO AÍ PORRA!" - Nishinoya.

"O Iwa-chan vai melhorar!" - Asahi.

Sorri com as mensagens que li e ignorei o restante. Tentei ter forças para levantar, mas não consegui, meu coração doía demais, meu corpo não tinha músculos estáveis para me fazer erguer uma mão. Eu não conseguia.

Comecei a chorar novamente...

Natsu, por favor fique bem...

Pov Iwaizumi.

"
Me senti em um campo de flores ensolarado, meu corpo já não era tão pesado. O vento percorria todo meu corpo, levando meus cabelos para frente de meu rosto. Meu sorriso só aumentava a cada passo que eu dava por aquele campo, meus pés tocavam a terra macia sem nenhuma pedra, o Sol se estampava em minha cada vez mais, mas não queimava.

Coração de gelo - KagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora