Capítulo 30

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Dois meses depois

Tavin💌

Hoje é o lançamento de "Lembrete", e a prévia bateu bem.. se Deus quiser a música vai bater também.

Hoje trombei Apollo e Cela na batalha da norte, estranhei que mais uma vez a Verena não veio.

Desde aquele negócio do blog nunca mais vi ela nas batalhas, não voltou pro Instagram. Parte de mim ainda se importa com ela, e a outra parte não consegue nem pensar em digitar uma mensagem pra ela.

– Verena sumiu..– falei puxando o assunto.– Ela tá bem?

– Ela não tá falando com ninguém..– Cela disse.– Ela fala comigo as vezes, mas eu tô respeitando o espaço dela.

– Nossa.. o negócio do blog pegou ela de verdade né..– falei.

– A questão não é nem o blog se for parar pra pensar, ali era o sentimento dela.. era onde ela conseguia desabafar, e agora ela não tem mais isso.– Cela disse.

– Sua música sai que horas?– Apollo perguntou pra mudar de assunto.

– Meia-noite..– respondi e vi o Tonhão, fui até ele pra saber sobre a Verena.

– Eai.. como a Verena tá?– perguntei.– Vocês não estão juntos mas continuam amigos.. sabe dela.

– Mano, eu tento saber dela.. mas ela quer ficar sozinha.– Tonhão disse.– E não era você que nem tava ligando..

– Nunca disse isso.– falei.

– Pareceu não ligar quando eu disse pra você falar com ela..– ele disse.– Olha, ela tá trabalhando no shopping do ibirapuera, na vivara..

– Eu não vou falar com ela, só queria saber como ela tá..– eu disse e ele riu.

– Cara, você literalmente escreveu uma música pra ela e tá nessa.. deixa de orgulho.— Tonhão disse.– E não adianta fazer essa cara de desentendido, a Verena é a única pessoa que a gente conhece que fala "foda pra cacete"..

– Ela falou isso pra você também?– perguntei.

– Falou sobre uma batalha.. não sobre mim- ele riu.

– Que bom!– falei com um certo alívio.

Assim que cheguei em casa, parei pra pensar e talvez o Tonhão esteja certo.

Mandei várias mensagens pra Verena, mas só foi um ponto, até liguei mas deu fora de área.

Verena 🌬️

Tô trabalhando que nem uma vagabunda, não tenho um tempo livre pra nada. Procurei estar ocupada pra esquecer a vergonha que eu passei.

Não adianta muito já que no final do dia a minha mente trás tudo de volta. Mas pelo menos tenho um salário.

Tenho evitado redes sociais em geral, qualquer coisa que me comunique a outro ser humano é algo que eu evito mais que tudo.

Cheguei pra trabalhar, agora bem perto do dia dos namorados parece que todo mundo começa a namorar. Vem um monte de gente comprar aliança aqui, presente pra namorado ou namorada..

Tô amargurada. Não quero saber de felicidade.

Quando não tem cliente, fico ainda imaginando  um príncipe me salvando dessa tortura de ser clt. Nesse momento é algo impossível, mas tá sendo ótimo.

Sem brincadeira, eu comecei a ficar mais confortável com a minha própria companhia. Não sei se isso é bom ou é ruim, mas eu tô bem.

– Preciso de uma coisa..– ouvi vindo lá da recepção.

Cliente meu educado, ainda bem que pediram pra eu arrumar o estoque, terminei faz tempo e tô aqui enrolando.

– Verena, tem um cliente aqui que quer ser atendido por você.– Minha colega disse.

Inferno.

– Boa tarde..– falei e tomei um susto quando vi que era o Otávio.

– Preciso da sua ajuda pra escolher alguma coisa..– ele disse.

Lembrete- Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora