UM PEDIDO NO MEIO DA NOITE

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Braker estava com raiva. O rei equivocou-se ao mandar Evan
para a prisão.
  
     Conhecia bem os elfos, e sabia de sua grandeza, mas jamais
pensou que não dariam uma chance para que Evan se explicasse
direito.
   
    Deitado em sua cama, num quarto que o rei de bom grado lhe
oferecera, pensamentos permeavam sua mente. Precisava
encontrar um jeito de tirar Evan da prisão.
  
    Já era noite quando Braker colocou de lado o cansaço e vestiu-se com seu casaco escuro e foi para o corredor.
   
    Os elfos cantavam á noite. Uma melodia impossível de
descrever devido á maestria e a língua desconhecida que eles
cantavam.

     Era uma melodia suave, alegre e triste ao mesmo tempo.

     Os salões estavam quase vazios, alguns elfos ficavam de
guardas, quando Braker passou por um deles, foi chamado:

    - Ei, você!
  
     Braker virou-se lentamente e deu alguns passos para trás.

   - Sim? – respondeu.

   - O que está fazendo perambulando a essa hora? – indagou o
elfo, sua beleza estonteante deixava Braker desconcertado.

   - Hum, preciso falar com alguém... – disse Braker, sussurrando.

   - Quem seria? – indagou o elfo.
Braker pigarreou.

   - Bom, você sabe onde está Helian? – Braker perguntou, torcendo para que o elfo fosse simpático.

   - O príncipe herdeiro não deve ser incomodado!

   - O assunto é urgente meu amigo, e o filho do rei é meu amigo, acho que ele odiaria saber que alguém não revelou onde ele está e que não soube do assunto que eu tenho a tratar com ele.

   O elfo mordeu os lábios de ódio e disse:

   - Vou leva-lo até os aposentos dele. – disse o elfo – E se não for verdade essa “proximidade” que diz que tem, vou me certificar de coloca-lo em uma cela com seu amiguinho!

     Braker assentiu sorrindo.
  
     - Pois bem!

     E saiu acompanhando o guarda no meio da noite.

     A luz da lua entrava pelas janelas de cristal do castelo e iluminava o corredor. Braker sentia falta de estar lá fora. Gostava da aventura. Isso o fez lembrar-se de quando saiu á
caçada da bruxa que o amaldiçoara. As aventuras que viveu até encontra-la.

     Aprendeu a não temer o mar, navegando de navio com os viajantes, lutar com vários feiticeiros sombrios que protegiam a maldita mulher que matara sua família.

     Evan o fez lembrar-se desse tempo. E agora, tinha que ajudá-lo.
    
     Estava preso e não sabia quanto tempo ele ficaria ali.

     O elfo o guiava em silêncio.
     Enquanto passavam pelos corredores, Braker observou o quanto o castelo era imenso e reparou que as paredes eram feitas de madeira, com flores e galhos de arvores que entravam pela
janela junto a luz do luar.

     Subiram algumas escadas, que provavelmente, imaginou Braker,
levava para a parte mais alta do castelo.     

      Quando chegaram ao topo, uma porta entalhada com flores e lindas artes élficas com símbolos que Braker não fazia ideia do significado,ml ficavap na extremidade de um longo corredor silencioso.

     - Porque o príncipe fica tão exilado nesse lugar? – indaguei.

    Helian gosta de ficar sozinho na maioria das vezes. – informou
o guarda elfo – Muito estranho ele ser amigo de alguém como
você...

     Braker sorriu.

     - Sinto muito por ele não ser seu amigo, mas pode
deixar que digo alguma coisa sobre você.

      O elfo fungou de raiva, mas não disse nada.
   
      Quando chegaram até a porta dos aposentos de Helian, o elfo
abriu a porta e anunciou Braker.

      - Peça que entre. – ordenou Helian.
    
      O elfo assentiu.

     Braker piscou para o guarda e entrou com ar debochado para o guarda.

     - Olá Helian, desculpe incomodá-lo a essa hora mas, se faz necessário.

    Helian estava sentado em sua mesa, escrevendo algo num pergaminho com sua pena dourada, seus cabelos louros e muito lisos que iam até a cintura e seus olhos dourados como fogo o
encontrou quando Braker adentrou em seus aposentos.

   - Olá Braker, tempo que não o vejo desde que viajou – disse Helian, o
filho e herdeiro do rei, com seu tom de autoridade e magnificência, porém, não deixava de ser uma voz aveludada,
como o som de vertentes de águas e o soprar do vento – Obteve
sucesso?

     - Sim, senhor . – Braker respondeu – Mas não é sobre isso que vim tratar convosco.

    Helian ergueu uma sobrancelha.

    – Explique-se.

    - Evan, um amigo que conheci em minha viagem, foi enganado
por uma bruxa chamada Ônix, que estava aprisionada numa
caverna há muito esquecida, e a libertou de sua prisão.

    Helian mudou sua expressão suavizada para de medo e terror.

    - Ônix foi libertada? – indagou o príncipe com furor.

    - Sim, meu senhor, mas não foi culpa do rapaz, ela fez uma armadilha e ele caiu.

    - Que armadilha, Braker?

    - Um medalhão. – explicou – Ela colocou um feitiço no medalhão que a libertaria e Evan tocou-o, causando a libertação da bruxa.

    - Mas, isso quer dizer então que haverá guerra! – disse Helian – Se Ônix foi libertada, é muito certo que ela irá querer vingança!

    - Exato! – confirmou – Mas, Evan está preso e ele conta com a ajuda dos elfos para ajudá-lo a derrotá-la, pois ele é filho de Helena e Alariel Montbeller!

    - Mas quem ordenou isso?

   - Seu pai!

  Helian ficou enfurecido.

   - Conversarei com o Conselho de meu pai, Braker. – disse Helian – Mas antes preciso visita-lo em sua cela, saber com mais detalhes sobre o que aconteceu.

Braker assentiu.

- Posso acompanhá-lo?

- Sim, ao amanhecer façamos isso, Braker. – disse Helian –
agora descanse.

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⏰ Última atualização: Aug 16 ⏰

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