CAPÍTULO 15 - EVAN

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- Prepare-se para a aterrissagem. - Alertou Braker, acariciando o grifo que, em resposta, planou antes de aterrissar suavemente no tapete da floresta. A lua derramava sua luz prateada sobre a noite, envolvendo-nos num silêncio que despertava inquietação.

- Mas onde se encontram os elfos? - indaguei, descendo do grifo. A criatura, em um piscar de olhos, abriu suas asas majestosas e desapareceu no vazio da floresta. A lua iluminava a noite, e o silêncio nos deixava inquietos.

- Aqui - começou ele a dizer, enquanto se espreguiçava - é Elterath.

Olhei ao redor; não havia nada, apenas árvores. E os pássaros assoviavam.

- E onde estão os elfos? - perguntei.

Ao me virar, percebi a presença de múltiplos guardas élficos nos cercando, com suas flechas direcionadas para nós.

- Quem ousa adentrar em Elteräth? - proclamou um elfo, sua voz ecoando com determinação e autoridade. Recuei, cativado por sua beleza incomparável. Todos estavam vestidos com elegância, com detalhes florais enriquecendo seus trajes. Possuíam orelhas finas e pontiagudas, a pele de um branco puro e cabelos prateados. Seus olhos de um azul profundo estavam fixos em mim.

- Sou o Guardião Braker. - ele se apresentou - E este jovem está comigo.

- Qual é o seu nome, jovem? - perguntou o elfo, que parecia ser o líder do grupo que nos rodeava.

- Evan. - Respondi.

- Por que você trouxe este jovem a Elteräth, Braker? - questionou o elfo, mantendo seu olhar firmemente fixado nele.

- Tenho assuntos para discutir exclusivamente com o Rei - informou.

O elfo sinalizou para que abaixassem as flechas.

- Muito bem - disse. - Sigam-nos, por favor. Nós os guiaremos até o Rei Delmor. Ele certamente saberá como proceder.

Os elfos nos guiaram por um caminho estreito e sinuoso que subia colina acima. A paisagem deslumbrante que se desvendava diante de mim me fascinou. Tive o prazer de observar florestas, rios, lagos, cachoeiras, campos e montanhas, lugares onde os elfos fazem suas moradas, seja em casas aconchegantes nas copas das árvores ou em palácios de mármore imponentes. Deliciei-me com o ar fresco e perfumado, e fui seduzido pelo canto melodioso dos pássaros e o som harmonioso das harpas. Uma energia misteriosa, porém generosa, fazia-se presente, envolvendo-me e trazendo-me tranquilidade.

Alcançamos o pico da colina, local onde se erguia o majestoso castelo do rei Delmor. Este era um magnífico exemplo da arquitetura élfica, moldado em mármore branco, com torres, janelas e portas esculpidas em forma de arco. O castelo resplandecia sob a luz de lanternas de cristal, cujo brilho ecoava a vivacidade cromática das flores e folhas ao redor. Fomos guiados por um corredor de mármore, decorado com tapeçarias e estátuas que representavam a história e a cultura do povo élfico. Por fim, alcançamos um imponente portal de madeira, guardado por dois guerreiros enfeitados com armaduras de prata resplandecente. Um deles bateu na porta três vezes, ao que uma voz suave, porém autoritária, respondeu:

- Entre.

Fomos guiados pelos guardas até a grandiosa sala do trono, onde o rei Delmor, com sua majestade incontestável, nos aguardava, acomodado em seu trono. Com uma dignidade nobre e elegância inata, ele possuía longos cabelos prateados, sedosos e lisos, olhos azuis intensos e penetrantes. Sua coroa, de prata pura e adornada com uma esmeralda central, repousava soberana sobre sua cabeça. Ele se vestia com uma túnica branca, meticulosamente trabalhada com detalhes dourados, e empunhava uma espada de cristal reluzente.

O trono do rei elfo era uma obra-prima, esculpida em madeira, enriquecida com metal e pedras preciosas. Possuía a forma de uma árvore, com galhos que se entrelaçavam artisticamente, formando um arco majestoso acima de sua cabeça.

NASCIDO DAS SOMBRASOnde histórias criam vida. Descubra agora