Em uma tarde quente de verão em Minas Gerais, uma viatura de polícia se aproxima do orfanato Conceição do Morro, na cidade de Betim, zona metropolitana de Belo Horizonte, escoltando um carro da assistência social, dentro do veículo uma conselheira acompanhava um garoto de apenas oito anos.
_Como está se sentindo José? _Pergunta Aline.
_Tô bem tia. _Responde o garoto de semblante sério.
_Veja, já estamos chegando, por um tempo esse vai ser o seu lar enquanto eu procuro uma boa família para cuidar de você, ok?
O garoto não responde, ele apenas observa a construção do período barroco, pintada de rosa, um grande orfanato ligado a uma igreja, assim que chegam um sacerdote de meia idade e uma freira se aproximam para os receber.
_Sejam bem-vindos ao nosso humilde lar. _Diz o sacerdote os cumprimentando.
_Boa tarde padre. _Diz um dos policiais.
_Boa tarde padre, eu trouxe uma pessoa muito especial para passar uns tempos aqui com vocês, esse é o José Limão. _Apresenta Aline.
José desce do carro, tímido e receoso, ele olha para os lados, verificando aquele novo ambiente, magro, moreno e de cabelos pretos e cacheados, traz no rosto um olhar triste.
_Seja bem-vindo José, eu sou o padre Miguel, é muito bom ter você aqui conosco. _Diz o padre se aproximando e fazendo um leve carinho na cabeça do menino que se afasta. _Uai! Esse é brabo.
_Desculpe por isso padre, ele não é muito bom em socializar com novas pessoas. _Explica Aline.
_Tudo bem..., irmã, por que não leva o José para lanchar com as outras crianças? Já está quase na hora. _Pede o padre.
_Claro, vamos José? conhecer seus coleguinhas. _ Diz a freira que acompanhava o padre.
_Escute José, aqui você está seguro, vai ter amigos, o padre e as irmãs, seja comportado, estude e se divirta, fique bem até que eu volte, tudo bem? _Explica Aline ao garoto que apenas faz um sinal positivo com a cabeça e em seguida vai até a freira que segura sua mão.
Os dois se afastam enquanto José olha insistentemente para trás como se não quisesse perder Aline de vista, todos ficam o observando até que entram no prédio.
_Aqui estão os documentos do garoto e a ordem judicial de acolhimento provisório. _Disse um dos policiais entregando uma pasta ao padre.
_Qual é a história desse? _Pergunta o padre.
_Ele não tem pai registrado, a mãe é viciada e vive nas ruas, ele morou com a avó, mas ela faleceu recentemente, daí ele ficou algumas semanas morando na rua com a mãe. _Explica o policial.
_Que horror! _Diz o padre.
_Estamos procurando parentes dele, mas eu decidi dar entrada no pedido de adoção do garoto, ele merece um pouco de carinho depois de tudo. _Diz Aline, com os olhos cheios de lágrimas.
_Esse é um gesto muito bonito minha filha, esse garoto precisa muito de carinho e proteção para que ele possa superar tudo isso, eu irei te ajudar nessa missão. _Diz o padre.
_Obrigado padre Miguel, eu sabia que podia contar com o senhor, por favor cuide bem dele, eu virei de vez em quando visitá-lo. _Diz Aline.
A conselheira e os policiais se despedem e partem, José foi recebido e cuidado pro todos, que se comoveram com sua história, aos poucos ele foi fazendo amizades com as outras crianças e se sentindo mais à vontade para socializar.
De manhã José estudava com as crianças, tendo aulas dadas por uma das irmãs que era professora, de tarde ele brincava e a noite sempre participava das missas e orações, muito prestativo e um pouco levado, volta e meia era repreendido e ficava de castigo, mas sempre era envolvido por sentimentos de amor, amizade e companheirismo, é nesse cenário que, com o passar do tempo um sentimento perigoso começou a crescer em relação a José.
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Limão doce; amor e sangue. (Romance gay)
RomanceConheça a história de José Limão, mais conhecido nas ruas do Rio de Janeiro apenas como "Limão". Traficante, violento, instável e preconceituoso, Limão vive intensamente, carregando na bagagem os traumas de sua vida infeliz, enquanto se autodestr...