Noite dos amantes

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 Uma noite Limão estava deitado sem camisa em uma cama de solteiro olhando para o teto, pensativo e entediado ele se torturava com as suas lembranças.

  Uma onda de calor castigou a vida do povo carioca nos últimos dias e essa noite em especial estava muito quente, ele olha para o celular e percebe que já são quase vinte horas, imediatamente se levanta, veste uma camisa, pega o capacete e as chaves e sai.

   Limão vai até o supermercado em que Luan trabalha, ele para do outro lado da rua e fica atrás de um carro, aguardando, dali ele conseguia ver o rapaz trabalhando no caixa, as vinte horas a fiscal se aproxima e fala algo com Luan que atende seu último cliente e começa o fechamento do seu caixa.

   Alguns minutos depois Luan bate o ponto e sai do supermercado, ele estava com o semblante cansado e um pouco entristecido, dessa vez uma colega caminha com ele enquanto conversam, Limão os segue de moto, mantendo alguma distância e observando atentamente, alguns quarteirões depois a garota se despede e os dois se separam, Limão continua seguindo o rapaz até ele chegar em casa.

Seguir Luan virou rotina para Limão, naquela semana todos os dias ele esperou em frente ao mercado e seguiu o rapaz até em casa, Limão não pensava em se aproximar ou dizer alguma coisa, mas para ele havia a necessidade de proteger Luan caso alguém tentasse fazer mal a ele.

Limão seguiu essa rotina até que na sexta feira algo diferente aconteceu, enquanto aguardava Luan um carro de luxo parou em frente ao mercado e uma figura conhecida desceu e ficou encostado no carro, era Bruno, que como sempre estava bem-vestido, ele ficou encostado no carro aguardando, enquanto Limão só de o ver já azedou o humor.

Alguns minutos depois Luan sai do trabalho e Bruno prontamente vai ao seu encontro, Luan fica surpreso e envergonhado ao vê-lo, o rapaz olha para trás e percebe que todos os outros funcionários já estavam os observando.

_B...Bruno, o que faz aqui? _Pergunta Luan, sem conseguir esconder os nervosismos.

_E aí gato, tudo bem? Eu estava passando por aqui e resolvi vir te ver. _Diz Bruno com um sorriso simpático.

_Eu estou bem, e você? _Responde Luan.

_Ótimo, você tem um tempo? Eu pensei em te chamar pra beber alguma coisa e bater um papo.

_Ah! Foi mal, mas não dá eu estou cansado e desarrumado, e você assim todo elegante, as pessoas vão pensar que eu sou seu servo. _Responde Luan, enquanto vê o seu reflexo na lateral do carro.

_Então tenho uma proposta pra te fazer, ou eu te levo em casa e você se arruma e sai comigo, ou vai a minha boate sábado, vai ter uma festa top de temática LGBT+ e eu posso arrumar entradas VIP pra você e a sua amiga, o que me diz?

_Eu tenho mesmo que escolher entre os dois?

_Sim! Não vou aceitar nenhum tipo de desculpa. _Diz Bruno, pressionado Luan contra o carro.

O rapaz fica vermelho de vergonha, olha para um lado e para o outro, fica ainda mais tímido quando percebe que os funcionários do mercado olhavam para eles e cochichavam, tudo o que ele queria era fugir daquela situação, do outro lado da rua Limão observava tudo com "sangue nos olhos" e segurava seu capacete com força, pronto para partir pra cima.

_Ok,ok! Eu estou muito cansado hoje, e não estou no clima, então a gente se vê no sábado, vou pedir o Vinicius pra passar nossos nomes pra você.

_Ótimo! Entra aí, vou te levar em casa. _Diz Bruno já abrindo um largo sorriso.

_Nem pensar, você é cheio de segundas intenções e todos já estão nos olhando, seja um bom garoto e vá para casa. _Ordena Luan, fugindo do mais velho.

Limão doce; amor e sangue.     (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora