Coração de pedra?

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 Luan trabalha como operador de caixa em um grande mercado da ilha, por ser início de mês o movimento no mercado estava muito auto, a noite chega e ele olha para o relógio, aliviado por faltar poucos minutos pra terminar seu turno.

_Luan, pode fechar. _autoriza a fiscal de caixa, que para ao lado dele.

O rapaz sorri aliviado, ele coloca a plaquinha de fechado sobre o caixa e começa a contar o dinheiro, nesse momento uma pessoa se aproxima com um carrinho cheio de compras e começa a colocar itens sobre o caixa.

_Senhor está fechado, pode passar no caixa ao lado. _Diz a fiscal.

Quando Luan levanta o rosto para ver o cliente, fica surpreso e irritado ao ver que se tratava de Limão, ele fica encarando a fiscal sem dizer uma palavra, depois volta seu olhar para Luan o encarando por alguns instantes, para em seguida voltar a colocar produtos na mesa.

_Pode deixar, eu passo as compras dele antes de fechar. _Diz Luan para tranquilizar a fiscal que já parecia desconfiada.

Limão continua a colocar coisas sobre a esteira enquanto Luan o encara desacreditado, quando as comprar ocupam todo o espaço Limão para e fica encarando o operador.

_O que você quer? Está me perseguindo ou alguma coisa assim? _Pergunta Luan, mas o outro não responde, então o operador suspira irritado e começa a registrar as compras.

Enquanto passa os produtos pelo caixa, Luan percebe que havia muitas coisas para crianças, biscoitos, doces, iogurtes e salgadinhos, além dos outros itens, era uma compra completa, até com itens de higiene e limpeza, o operador começa a imaginar que Limão deveria ter muitos filhos.

_O total é de mil duzentos e quinze reais e oitenta centavos, qual a forma de pagamento? _Pergunta Luan.

Limão estava embalando as compras, ele para e retira um bolo de dinheiro do bolso, começa a contar as notas, depois entrega mil e trezentos reais para o rapaz, Luan conta e confere as notas, registra e depois entrega o troco junto com a nota fiscal, Limão guarda e volta a embalar suas compras.

Algum tempo depois Luan consegue finalmente fechar o seu caixa, ele bate o ponto e se apressa para casa, estava atrasado graças aos caprichos do Limão, ele ainda precisava caminhar quase dois quilômetros até sua casa, para piorar, por causa da confusão que seu novo amigo tinha arrumado com ele de manhã, esqueceu de ir à igreja pedir a cesta básica e agora não tinha a menor ideia do que dar para seus irmãos comerem.

Ele caminhava como sempre, distraído em seus problemas, quando de repente um carro preto invade a calçada e para na sua frente.

_Que porra! você é maluco? Tá tentando me matar de susto? _Diz Luan irritado se abaixando na janela do carro para ver quem era, para sua surpresa, ninguém menos que Limão.

_Entra! _Ordena o motorista.

_O que? Não! Por que toda vez que nos encontramos parece que está tentando me matar? _Pergunta Luan.

_Entra no carro, vou te dar uma carona. _Ordena novamente Limão.

_Olha só, da próxima vez que quiser falar comigo, não chegue me empurrando, me puxando ou tentando me atropelar, se fizer isso de novo, vou te ignorar. _Diz Luan desviando do carro e voltando a caminhar.

Nesse momento Limão gira o volante a acelera, voltando para rua e indo em frente, Luan apenas suspira enquanto balança a cabeça negativamente, ele caminha alguns metros e quando se dá conta, o mesmo carro parado um pouco mais adiante, e Limão dentro o encarando pelo retrovisor.

_Esse cara só pode ser maluco. _Pensa Luan revirando os olhos.

Ele entra no carro coloca o cinto e Limão sai em disparada pela rua, ele fala seu endereço para o maior que o leva, parando o carro em frente à casa de Camila, ao lado tem um pequeno portão que dá acesso a um corredor levando a casa dos fundos.

Limão doce; amor e sangue.     (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora