Reconciliação

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  Após o ocorrido no baile, Luan não voltou a ver Limão e nem a Gabriel, sua vida voltou de vez a rotina de trabalho e cuidar dos seus irmãos, sem distrações.

Em um fim de tarde o rapaz estava em seu caixa, o movimento estava fraco e poucos clientes entrevam na loja, debruçado sobre o caixa, ele olha para o relógio e as horas parecem não passar, seus ombros doem e um desejo de sair correndo daquele lugar e ir para casa o consome, se tornando cada vez mais forte.

_Boa tarde! _Diz uma voz baixa e rouca de um cliente que coloca alguns itens sobre o balcão.

_Boa tar... Ah, é você, sabia que meu dia ainda podia piorar. _Diz Luan revirando os olhos ao perceber que se o seu cliente era o Limão.

_E aí, como estão as coisas? _Pergunta Limão com a voz baixa.

Luan olha para ele por alguns instantes, desacreditado com a abordagem discreta do homem que era seu maior pesadelo.

_O que você quer? _Pergunta Luan sendo ríspido.

_Bom, nesse momento só quero comprar essas coisas, e falar com você. _Diz Limão, olhando diretamente nos olhos de Luan.

_Eu vou passar suas compras, e você vai embora, não tenho assunto com você. _ordena Luan.

_Tudo bem. _Responde Limão.

  Luan registra os itens que Limão estava comprando, um quilo de carne moída e alguns legumes, o rapaz paga a compra e sai, o operador ficou o resto do seu expediente pensativo sobre a visita de Limão, ele parecia cansado e mais perturbado que o normal.

  Finalmente chega a tão esperada hora de ir para a casa, Luan fecha seu caixa e bate o ponto, saindo do trabalho como se fugisse do perigo, ele se despede de alguns colegas que estavam em frente ao local e caminha para casa, ainda com a imagem de Limão o perturbando, ele nem percebe quando o próprio para de moto ao seu lado.

_Aí, ei, tá viajando? _Chama Limão antes de buzinar.

_Que susto porra! De onde você saiu cara? Sempre chega assim. _Diz Luan irritado, após se assustar com a chegado de Limão.

_Dessa vez eu não tive culpa, cheguei numa boa, chamei, mas você tava aí viajando, nem se ligou.

_Tá bom, foi mal, dessa vez foi culpa minha. _Diz Luan envergonhado. _Mas enfim, o que você quer?

_Ainda está bravo comigo? _Pergunta Limão.

_Tá me tirando? Depois de tudo o que você fez ainda vem me perguntar isso? _Pergunta Luan irritado.

_Eu quero conversar com você, topa tomar uma gelada comigo, na moral? _Pergunta Limão estendendo um segundo capacete para Luan.

_Não posso, preciso ir pra casa. _Responde Luan sendo ríspido.

_Relaxa cara, nós precisamos conversar, depois se você quiser, nunca mais vai me ver. _Diz Limão.

 _Sério? Nunca mais? _Pergunta Luan.

_Papo reto.

_Tudo bem então, mas tem que ser rápido. _Diz Luan colocando o capacete e subindo na moto.

Estava uma noite quente, Limão leva Luan até as docas, o rapaz se senta em uma escadaria enquanto Limão vai do outro lado da rua comprar algumas cervejas em um quiosque, quando retorna ele entrega uma garrafa para Luan que imediatamente toma um gole.

Eles ficam olhando para água por alguns minutos, em silêncio, na outra margem as luzes do centro do Rio refletiam na água criando uma visão espetacular.

Limão doce; amor e sangue.     (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora