Limão doce; amor e sangue. (Romance gay)

O nosso pôr do sol.

  Depois de semanas de depoimentos, finalmente o Limão foi liberado, devido as circunstâncias do acordo da delação ele foi colocado em um regime especial, onde ele não poderia sair do país e receberia semanalmente a visita das autoridades para verificação durante dois anos.

  Para preservar sua vida e garantir um novo começo ele teve sua ficha criminal bloqueada nos registros policiais, e se casou no civil com Luan, mudando seu sobrenome para José Mel.

  Eles se mudam para a cidade de Caratinga, no leste de Minas Gerais, onde compram com a ajuda do Henrique uma chácara na zona rural, eles estão planejando abrir juntos uma lanchonete na cidade, estão estudando e procurando um bom ponto comercial, as crianças estão na escola, José está voltando aos estudos em um programa especial, que leva menos tempo para se formar, enquanto Luan está se preparando para começar na faculdade de serviço social no próximo semestre.

  Apesar de estar se recuperando bem, José ainda manca um pouco por causa do tiro que tomou na perna, as vezes sente dores nas costas e falta de ar, por isso segue com o tratamento, uso de remédios e muito amor do seu companheiro, que é sempre muito atencioso.

  Em uma tarde quente de quinta feira, José estava preparando a terra onde ele plantaria sua tão sonhada horta, usando somente uma bermuda e com a camisa amarrada na cabeça para se proteger do sol, trabalha implacavelmente, até que Luan se aproxima com um copo de água.

_Amor, aqui, bebe um pouco de água.

_Obrigado! _Agradece José, pegando o copo e bebendo todo o conteúdo de uma vez, voltando ao trabalho em seguida.

_Está muito calor, por que você não espera refrescar um pouco pra continuar com isso? _Pergunta Luan.

_Não amor, eu quero terminar essa terra hoje, amanhã vou na rua comprar as sementes.

_Eita! Como ele é agricultor, onde você aprendeu a fazer tudo isso? _Pergunta Luan, o provocando.

_Eu assisti uns vídeos.

_Entendi, o agricultor digital. _Diz Luan rindo em seguida.

_O que foi rapá, tá me tirando? _Diz José, soltando a enxada e parando em frente a Luan.

_O que foi? Ficou bravinho? _Pergunta Luan o provocando.

_Cadê o respeito com seu marido? _Pergunta José, se aproximando e passando um braço pela cintura do menor, o puxando para que eles fiquem coladinhos.

_Ai amor... Me solta, você tá suado. _Diz Luan, se derretendo um pouco ao sentir a mão firme do maior segurando sua cintura.

_Como que fala com seu marido?

_Tá bom, tá bom, me desculpe senhor meu marido. _Responde Luan, nesse momento Limão se aproxima eles se beijam rapidamente.

  José o solta em seguida e Luan recua alguns passos com um sorriso safado no rosto,  olha bem para o maior trabalhando, e começa a se sentir excitado vendo José com o corpo bronzeado e suado, trabalhando.

_Agora me deixa trabalhar, mais tarde quero te levar em um lugar especial, soube que tem um mirante aqui perto. _Diz José voltando ao trabalho.

_Tá, eu me lembrei também que a vizinha disse que se você quiser ela te arruma algumas mudas, a horta dela é linda, e tem de tudo. _Diz Luan.

_Tu anda muito próximo dessa vizinha, não é? Ela faz até pãozinho pra você. _Diz José, olhando com desconfiança.

_Tá com ciúmes de uma mulher? Uma senhora?

_Abre seu olho não, pra tu ver. _Adverte José, sorrindo em seguida.

_Ela gosta de mim e das crianças, é uma boa pessoa e meio solitária, ela mora sozinha, os filhos estão em outro estado, eu fico com dó dela ficar sozinha. _Explica José.