Luan Mel

51 5 1
                                    


Algumas horas após ter tido o azar de ser a última vítima da noite de Limão, Luan vai para casa, ferido e faminto, ele caminhou por todo caminho até sua casa, se sentindo tonto, e segurando seu celular que foi quebrado por Limão.

Luan também mora na mesma comunidade, mas em uma das entradas e não conhecia o interior da favela, ele mora em uma casinha simples, nos fundos da casa de uma amiga.

Quando se aproxima de casa, sua amiga Camila que mora em frente o viu, e correu para ajudar quando percebeu que ele andava cambaleante.

_Luan? O que aconteceu? Por que chegou tão tarde? _Pergunta Camila.

Luan não responde, ele continua andando lentamente até cair de joelhos na frente dela, corando muito.

_Meu Deus, por que você está machucado? O que aconteceu? _Pergunta Camila preocupada se abaixando para conferir o estado do amigo.

_Eu fui assaltado amiga, levaram tudo o que sobrou do meu salário, o dinheiro pra fazer a feira pros meus irmãos, não sobrou nada. _Diz Luan, chorando.

_Credo amigo, que crueldade, e ainda te bateram? _Pergunta Camila, horrorizada.

_Era um homem só, ele estava armado, e me bateu, eu fiquei desmaiado na calçada, fui acordado por uma senhora que passava. _Diz Luan abraçando a amiga.

_Vamos entrar, toma um banho e come alguma coisa. _ Camila ajuda o amigo a se levantar.

_E os meus irmãos? _Pergunta Luan.

_Eles estavam preocupados com você, eu disse que estava fazendo hora extra, dei janta a eles e mandei irem dormir. _Diz Camila.

_Obrigado amiga, se não fosse por você eu nem sei como eu iria enfrentar tudo isso sozinho.

Luan morava com mais três irmãos, de quem ele cuidava sozinho após a morte dos pais, ele é o mais velho, com dezenove anos, em seguida Luana de doze anos e os gêmeos Filipe e Fabrício de sete anos.

O rapaz vai para casa, toma um banho frio, já que o chuveiro havia queimado a alguns meses, ele sai do banho e se senta em uma cadeira na varanda, pouco tempo depois, Camila traz um prato com um pouco de comida para ele.

_E aí amigo, o que você vai fazer? _Pergunta Camila.

_Eu não sei, acho que vou amanhã na igreja pedir uma cesta básica, vamos ter que nos virar com isso até o dia do vale na empresa, isso é, se eles me derem uma cesta, se não, não tenho ideia do que fazer. _Diz Luan começando a chorar de novo.

_Você foi assaltado no caminho pra casa, depois do trabalho, não é? _Pergunta Camila.

_Sim!

_Então amanhã vamos falar com o Lobão, com certeza foi um dos homens dele que te assaltou.

_Ah, não amiga, não quero me envolver com essas pessoas, eles são perigosos, já tenho problemas de mais.

_Você tem opção amigo? Temos que falar com ele, pelo menos para garantir que eles não vão atrás de você de novo.

_Não amiga, por favor.

_Está decidido, descansa, amanhã vamos ir lá falar com o Lobão antes de irmos pro trabalho. _Diz Camila encerrando a conversa, Luan sabia que quando ela colocava uma ideia na cabeça, ninguém a convencia do contrário.

No outro dia eles vão até o interior da comunidade para tentar falar com o chefe do tráfico na região, mas os homens do Lobão disseram que ele estava ocupado e que não poderia os receber.

Limão doce; amor e sangue.     (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora