Limão doce; amor e sangue. (Romance gay)

Conselho

 Durante a manhã Limão fazia a segurança de Lobão, que se encontrava com o secretário municipal de segurança pública, em uma estrada vazia de uma região afastada da cidade, o secretário era acompanhado de quatro milicianos, já Lobão levou apenas Limão e um outro traficante de confiança, conhecido como Capeta.

O secretário e Lobão estavam sentados dentro de um dos carros conversando e fumando, enquanto os outros aguardavam do lado de fora vigiando os arredores, todos armados até os dentes.

_Você sabe que o prefeito está preocupado, não é, as eleições do ano que vem vão ser apertadas, depois da morte daquela vereadora o pessoal da esquerda vem ganhando força. _Diz o secretário. 

_Diga ao prefeito que de minha parte pode ficar tranquilo, vou garantir setenta por cento dos votos da ilha para ele, contando que os senhores cumpram sua parte no acordo. _Diz Lobão enquanto dá uma tragada.

_Desde que não haja exageros tudo está resolvido, o prefeito mandou um pequeno incentivo, um presente de boa fé. _Diz o secretário entregando uma maleta para Lobão.

_Ótimo, entregue meus agradecimentos ao prefeito. _Diz Lobão, abrindo a maleta que estava cheia de dinheiro organizados em blocos presos com fitas brancas.

Lobão desce do carro com um sorriso de satisfação, imediatamente os acompanhantes do secretário retornam para o veículo e partem sendo atentamente observados por Lobão enquanto se afastam.

_Sabe rapazes, nesse mundo existem lobos e ovelhas, e eu não nasci para ser ovelha. _Diz Lobão, abrindo a maleta sobre o carro e mostrando o pequeno mimo para os seus homens.

_O prefeito está bonzinho ultimamente. _Comenta Limão.

_Ele tá com medo, o filho da puta. _Acrescenta Capeta.

Um homem de quarenta anos, cheio de cicatrizes pelo corpo e o rosto com uma expressão assustadora, discreto e sério, medindo um metro e setenta, sempre usando roupas simples, Wallace, é mais conhecido como "Capeta", apelido carinhoso que recebeu de seus inimigos.         Nascido no leste de Minas Gerais, saiu da casa da avó na adolescência fugindo das consequências dos crimes que já cometia, com mais de quarenta homicídios nas costas, seu maior orgulho são os seis policiais que ele matou nos becos da comunidade durante uma operação anos atrás, usando apenas uma faca após ficar sem munição, o seu apelido foi dado e conhecido nesse dia quando um repórter tirou uma foto sua de pé em meio aos corpos coberto de sangue, segurando sua faca e olhando para a câmera como um animal selvagem.

_Esse tipo de gente é o pior que tem, acham que estamos nas mãos deles, mas somos nós que sustentamos suas vidas podres. _Diz Lobão.

_Esse é o papo. _Diz Capeta entrando no carro.

_Tu parece inquieto, o que tá rolando? _Pergunta Lobão.

_Sei lá mano, tô com a cabeça uma zona, não tô conseguindo pensar direito. _Diz Limão, olhando fixamente para o carro.

_É mulher? ... ou talvez aquele viadinho que você tá na casa dele? _Pergunta Lobão.

_O que? ...Como você sabe disso? N... Não! Tá maluco?

_Calma pivete, não tem nada na ilha que eu não saiba, mas escuta, você tá confuso, tem tempo que se separou, isso aí é tesão acumulado, pega aí essa grana e arruma umas mulher, uma boa foda vai te fazer melhorar. _Diz Lobão dando um tapinha no ombro de Limão e entregando um bloquinho de dinheiro para ele.

No meio da tarde, de volta a ilha Limão caminha em direção a casa de Luan, quando de repente uma garota tromba com ele, saindo de um mercadinho.

_Cuidado ai princesa! _Diz Limão a segurando pelos braços.