Capítulo 33

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Camila's POV

Dor. Ela só conseguia sentir dor. E um calor ardente. Irradiava por todo o corpo, bem acima do tornozelo. Seus olhos estavam tão fechados que sua cabeça começou a latejar. Seu maxilar estava cerrado e ela respirava por narinas permanentemente dilatadas. Alguém lhe dizia para relaxar e esticar a perna, mas suas mãos estavam segurando o tornozelo e não tinham intenção de soltar.

— Camila, precisamos que você solte a perna para que possamos dar uma olhada, tá bom? — disse uma voz, e ela balançou a cabeça furiosamente. Como se pudesse conter a lesão segurando fisicamente o tornozelo. Agora que pensava nisso, ela não tinha ideia de por que as pessoas se sentiam tão compelidas a segurar uma parte machucada delas. Na maioria das vezes, o toque da própria pessoa não faria nada para aliviar, mas era a mente que a convencia de que poderia. E agora, seria preciso mais do que uma voz distante para fazê-la soltar.

— Mine me. Você precisa deixar que te ajudem. Não queremos ter que forçar você a soltar porque pode doer mais. — a voz parecia da Diane, mas Camila mal conseguia ouvir nada além do barulho ensurdecedor de seu próprio coração batendo em seus ouvidos.

— Dói... — ela choramingou. Infelizmente, a maca em que estava deitada bateu em um desnível no caminho para onde quer que estivessem indo, e uma dor aguda subiu por sua perna quando seu pé bateu na superfície acolchoada. Ela gritou e levou as mãos ao rosto para se cobrir. Culpou a própria ingenuidade que a fez soltar o tornozelo e entregá-lo às pessoas que estavam no comando.

Sentiu um toque leve na panturrilha e então outra onda de dor atravessou seu pé. A adrenalina estava diminuindo rapidamente e a dor a atingia como um caminhão. Um caminhão que passava por cima do seu pé repetidamente, sem nunca ficar sem gasolina. Depois do que pareceu ser um minuto ou talvez quinze minutos sentindo seu pé em uma dor excruciante, ora quente, ora frio e voltando para quente, Camila sentiu-se escorregando para a inconsciência.

Lauren's POV

Lauren puxou levemente os próprios cabelos, entrelaçando os dedos. Ao redor, a confusão reinava, mas Lauren não conseguia se concentrar em nada além da expressão de Camila. As sobrancelhas franzidas, o suor colando a mecha de cabelo na testa, o maxilar travado com força suficiente para esfarelar diamantes, o peito arfando de esforço, dor, ou ambos. Lauren sentia aquilo também, e mesmo a empatia em segunda mão era demais para suportar.

— Lauren! Lauren!

— O quê?! — ela gritou, virando-se para quem a estava chacoalhando. Era Megan, e parecia muito preocupada. Seus olhos ficaram baixos e sua irmã balançou a cabeça levemente, aceitando o "desculpe" silencioso. Depois que Camila a obrigou a conversar com a irmã para resolver todos os seus problemas, as coisas estavam bem melhores. Talvez não no alto nível de irmandade de antes, mas pelo menos ela estava disposta a trabalhar nisso. E elas se sentaram juntas pela primeira vez em muito tempo.

— Cuida do que precisa ser feito aqui e depois você pode ir até ela. — Megan disse calmamente.

— E-eu não sei o qu... Nem consigo pensar direito. — ela murmurou, sem esperança.

— Eu cuido de tudo, só me diga o que você quer que eu faça.

— Eu não sei, Meg. — Ela fechou os olhos e respirou fundo. Camila estava sendo levada para a enfermaria e era exatamente para lá que ela estava indo. Depois de descobrir o que fazer com um ginásio cheio de gente e dois times esperando por respostas. Ela olhou para o resto das Red Hots que estavam olhando ansiosamente para a porta. Ela se perguntou por que elas não haviam seguido a maca como Diane fez, mas percebeu que todas estavam esperando que ela desse o sinal positivo.

Blood, Sweat and Tears - Português (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora