capítulo 6

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Boa tarde pessoal. Queria pedir desculpas por não ter postado ontem. Estava com muita sono.

of view Gabi Nunes | 14 dePoint agosto de 2015 | sexta-feira | 17:00 P.M | Londres, Inglaterra. 

Após quatro longos dias organizando tudo, enfim estávamos no aeroporto, nosso voo com destino a Valência sairia às 19h. Enquanto aguardamos, fazíamos graça e comíamos em uma das lanchonetes, já tínhamos feito o check-in e despachado nossas malas. 

Meus pais ainda não sabiam, eu não havia ligado, nem tinha coragem para isso, estão chegaria de surpresa, só espero que eles gostem. 

Quando eu partir, depois de vários acontecimentos que futuramente explicarei mais abertamente, eles ficaram chateados, mas me apoiaram, mesmo sem saber muita coisa do que acontecia comigo na época, eles entenderam que eu precisava de tempo e de espaço. 

Minha irmã ficou com raiva no início, mas depois de muita conversa ela me entendeu também, e eu estava morrendo de saudades, mas quem não ficaria? Quase um ano e três meses sem quase nenhum contato, apenas ligações quando eu permitia. 

Eu era muito sentimental, na verdade, eu ainda sou um pouco, bom há um ano e meio atrás, eu era considerada nerd, zuada por usar roupas maiores do que eu, um pouco mais masculina também, eu estava me conhecendo, me aceitando ainda, ligava muito para o que diziam, machucada para caralho, digamos que eu era inocente demais, sentimental demais e após todo ocorrido mudei da água para o vinho, passei a não demostrar como antes, me vestir e me aceitar como eu era. 

Claro que foi difícil no início, eu quase entrei em depressão, mas Victoria me ajudou, após sessões com uma ótima psicóloga, meio que encontrei uma maneira de desligar minhas emoções, e fui evitando contato com as pessoas que eu mais amo, radical, mas eficaz. 

Meia hora de espera — nosso voo foi chamado, Victoria e May sentaram ao meu lado, enquanto Luany, Gio e Letícia estavam nas poltronas à nossa frente.

Depois de várias explicações das aeromoças, enfim o avião decolou. 

 — Você está tão calada — diz May depois de um tempo. 

 — Apenas pensando em como vai ser ver meus pais — digo.

 — Tenho certeza de que eles ficaram muito felizes em te ver. — Fala, fazendo carinho em meu rosto e colando nossos lábios em um selinho, tentando aprofundar o beijo. 

Mas eu não estava afim, nem com cabeça para isso. 

 — May não! — resmungo, a afastando. 

 — Tudo bem, Gabriela, desculpe. — diz, colocando seus fones e me ignorando.

Ótimo, agora ela está puta, ela não suporta quando é rejeitada, mas eu não tenho culpa se não estou afim.

Como não tinha nada para fazer e o restante dos meus amigos estava dormindo, decidi fazer o mesmo, porém estava nervosa, então não consegui, peguei um livro e comecei a ler.

(…) 

Meia-noite e meia, o avião pousou no aeroporto de Valência. Mesmo tentando dormir algumas vezes durante as oito horas de viagem, eu não consegui, estava parecendo um zumbi, eu não funciono nada bem com sono. 

Esperamos o avião esvaziar e, depois, nós seis saímos, o aeroporto estava bem movimentado como sempre, nos meses de férias era sempre assim, fomos até a esteira e pegamos nossas bagagens, como não tinha ninguém sabendo estarmos aqui, fomos atrás de táxi.

Nossas sorte e que haviam dois disponíveis.

 — Nos vemos amanhã! — digo me despedindo de cada uma com um abraço. Elas iriam para o apartamento da Victoria, ficavam algumas quadras longe da minha casa.

My host sister - Intersexual Onde histórias criam vida. Descubra agora