Point of view Antônia Silva | 11 de setembro de 2015 | sexta-feira | Colégio Valência.
Estava guardando as coisas em meu armário quando sinto braços me envolvendo na cintura e me puxando para si.
Era nessas horas que eu surtaria, choraria ou simplesmente iria ficar sem reações, mas por incrível que pareça não aconteceu e o grande motivo para que isso não tenha acontecido era porque eu sabia a quem aquele cheiro delicioso de morango pertencia e conhecia muito bem aquele braço repleto de tatuagens.
Adorava quando ela andava de camiseta, tinha oportunidade de admirar cada tatuagem sua.
Eu estava mais tranquila em relação ao contato físico, tanto com Gabriela, quanto com nossas amigas, ela vem me ajudando nisso, mas eu não queria abusar, nunca se sabe o que pode acontecer e eu não queria regredir, eu estava me dando bem agora e queria continuar assim.
— Terra, chamando Antônia. — Ela provoca, escondendo o rosto em meu pescoço e beijando o local enquanto eu estava de costas para ela. Meu corpo se arrepiou como sempre quando ela faz isso.
— Gabriela, eu já te avisei sobre isso! — Resmungo, me virando de frente para ela, que me aperta mais contra si.
Encosto meu rosto em seu peito, ela era apenas alguns centímetros mais alta que eu, mas eu achava suficiente, perfeito.
Sabia estarmos muito próximas e as pessoas à nossa volta estavam olhando, mas às vezes eu ligava o foda-se e aproveitava o carinho.
Eram sensações boas que eu não iria me privar de sentir, principalmente com Gabriela.
— Já sei, já sei, não te surpreender com abraços inesperados, principalmente na escola e blá blá blá, não sei para que isso! — Resmunga, se encostando nos armários e consequentemente me levando junto, já que estávamos abraçadas.
Aquela proximidade aquecia tanto meu corpo, como meu coração.
Se eu sabia o que eu sentia? Claro, eu não sou burra, nem lerda.
Se eu tinha medo? Do sentimento em si, não, o meu medo era acabar me machucando e acabar nossa amizade, ela é importante demais para mim.Se era muito cedo para sentir isso? A única coisa que sei, é que não mandávamos no coração. Se eu estava apaixonada por minha melhor amiga? Isso estava bem na cara, sempre esteve, só demorei a perceber.
Eu sabia o que Gabriela havia passado na mão de Alexandra e sabia que ela via nossa relação apenas como amizade. Ela mesmo me disse que não se envolveria romanticamente com ninguém e ela parecia convicta nisso, ela queria apenas sexo, assim como aquela garota fez com ela.
E eu não poderia dar isso a ela. Eu gostava dela no sentido romântico, não era desejo ou algo apenas carnal, até porque meus traumas afetam grande parte nesse sentido. Sim, eu me sentia atraída por ela, achava-a bonita, sexy e entre outras coisas.
Confessando uma coisa a vocês, eu sentia nojo de mim, eu sentia vergonha, eu sentia que não era digna de ninguém por tudo o que aconteceu. Sabia que não era certo me menosprezar dessa forma, mas era como eu me sentia, era como eu encarava as coisas.Então, como eu já tinha me conformado de que iria ficar sozinha, eu não ligava se os sentimentos eram recíprocos ou não, desde que eu pudesse aproveitar seus carinhos no pouco tempo que eu tinha com ela, pois algo dentro de mim diz que mais ninguém vai me fazer tão bem quanto ela faz.
Havia descoberto há alguns dias o que eu sentia realmente por aquela garota rabugenta, estava em meu quarto tocando e compondo quando dei por mim escrevia uma música inteira para Gabriela, sim para ela, eu nunca havia escrito uma música necessariamente para alguém ou pensando em alguém e com ela aconteceu.
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My host sister - Intersexual
RandomApós o tumultuado divórcio de seus pais , a guarda de Antônia passar a ser exclusivamente de sua mãe, tudo ia bem, mesmo separada de suas irmãs e seu pai, que moravam agora em outro país. Porém, como tudo que é bom dura pouco, seu pior pesadelo se d...