capítulo 8

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Espero que gostem.
Capítulo não revisando. Qualquer erro, eu arrumo depois.

Point of view Antônia Silva | 23 de agosto de 2015 | domingo| 20:00 P.M. | Valência, Espanha.

Depois do momento da Gabriela e eu no meu quarto, que eu pedi para ser ignorada, ela parou de implicância com meu nome, mas, em compensação, sempre notava seus olhares para cima de mim e algumas provocações.

Tentar ser invisível não deu certo.

E de alguma forma, mesmo que estranho, eu gostava de sua atenção sobre mim, mesmo que fosse para me deixar irritada, coisa que virou rotina, isso me assustava, então sempre arrumava uma maneira de me afastar.

Mas quem disse adiantar alguma coisa? Gabriela era insistente, irritante, chata, grossa a maioria das vezes e linda. 

Oh, sim, muito linda, aquela pele clara, os cabelos em luzes e aqueles olhos castanhos como chocolates me encanta de uma forma tão intensa e fascinante. 

Por vezes, durante as duas últimas semanas, ficávamos nos encarando, sem dizer uma palavra, até alguém nos atrapalhar.

Era como se uma tentasse desvendar os segredos mais ocultos uma da outra, não mentirei. Gabriela me intriga, me instiga a descobrir o que tanto aqueles olhos castanhos escondem. Por onde anda o brilho de seus olhos? Ela parecia tão diferente das fotos que demoravam toda aquela casa.

Alguma coisa aconteceu e tirou aquela doçura, inocência que suas fotos transpareciam, agora ela era um poço de grosseria. 

Mas, por alguma razão, eu sabia que aquilo não passava de uma máscara, assim como eu, poderia ser forte, decidida, o que fosse por fora, mas ninguém sabia o quão destruída eu verdadeiramente me sentia.

E, por mais que eu queira e tente, de todas as maneiras, manter distância para não acabar estragando mais minha vida, se é que o que tenho é uma vida, o máximo que faço é meramente existir.

Alguma coisa me puxa para ela, me obriga a ficar perto, mesmo eu tentando fugir sempre, ela parece sempre estar comigo, seja fisicamente com sua grosseria ou suas brincadeiras sem graça, ou em meus pensamentos.

Loucura, não é? Eu não sei absolutamente nada sobre ela e ela não sai da minha cabeça, isso é assustador. Nunca fiquei tão impressionada com alguém a esse ponto. Talvez fosse curiosidade, já que nunca me aproximei de alguém, mas ficaria sem saber, pois precisava para com isso e me focar nas aulas que se iniciariam amanhã, isso, sim, é importante. Nada de garotas ou garotos, eu só precisava estudar e arrumar um emprego, apenas isso. A final, quem iria querer uma garota tão problemática como eu? Nem sei se um dia conseguiria me envolver com alguém.

Na verdade, tenho receio de ficar com alguém e acabar ocorrendo coisas desagradáveis, de não saberem respeitar meu tempo, meu espaço. Traumas às vezes são para sempre. 

Então, me contentaria em ficar sozinha para o resto da vida, se eu me visse livre de Marcus. 

 — Tonha? — Escuto Duda bater na porta e me levanto para abrir. 

 — Oi? 

 — Você ainda não está arrumada? — pergunta. 

 — Por quê? — Finjo não saber. 

 — Antônia, temos uma festa para ir e vamos nos atrasar. Erika e Tamires estão lá embaixo! — Diz emburrada.

Como hoje era domingo, antes do início das aulas, Erika e Eduarda disseram que teria uma festa, na verdade, sempre tinha, mas eu não queria ir. Eu não gostava de festas ou nada do tipo. 

My host sister - Intersexual Onde histórias criam vida. Descubra agora