Capítulo 32

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Pov Mon

Alguns dias depois...

- Você tem mesmo certeza de que quer fazer isso?

Eu e Sam estamos paradas em frente ao portão da casa de meus pais. É sábado e não faz nem uma semana que estamos juntas e eu não me importaria de me manter com ela em nossa pequena bolha de felicidade.

- Sim – afirma de forma nervosa. – É melhor encarar as feras de uma vez do que ficar protelando.

- Não deu uma pista sequer para o Nop?

- E correr o risco de perder alguma parte importante do meu corpo? Pelo menos no meio de tanta gente posso me safar melhor.

Pego na mão dela e sorrio, tentando não demonstrar que também estou nervosa.

- Acha que ficar comigo é complicado?

Sam sacode a cabeça em sinal negativo e sorri, aquele sorriso de canto de boca que eu adoro.

- Estou feliz com você, Mon. Minha vida está bem mais divertida, principalmente agora que descobri que tem medo do Exterminador do futuro.

- Você disse que não iria rir!

Sam se aproxima de mim e bem nesse momento minha mãe nos vê e corre abrir o portão. Afasto-me dela rapidamente, não querendo dar bandeira antes da hora.

- Que bom que veio nos ver hoje, querida – mamãe diz ao abraçá-la. ‐  Jun-Seo adora quando está presente em nossos almoços.

Ela sorri para minha mãe e depois para mim, tentando me deixar mais calma enquanto entramos em casa. Nop, papai e Liz estão na sala em frente ao Tae que está brincando no tapete.

Abraço todos e sento ao lado de Sam, com uma distância generosa entre nós. Acabo retorcendo os dedos de nervosismo e minha cunhada estreita o olhar em minha direção.

- Como está o trabalho? – papai me pergunta, tentando se esforçar para parecer interessado, mesmo que eu saiba que ele não tem interesse em ler entretenimento.

- Está ótimo – falo rapidamente. – E como vocês estão?

- Estamos ótimos – ele me garante com um sorriso.

- Soube que a Nita voltou, – Nop fala de repente, olhando para Sam daquela forma que melhores amigos se encaram. - Ela te procurou?

- Sim. – Sam fica tensa ao meu lado e eu tenho uma súbita vontade de rir que eu sei que é em decorrência de estar nervosa.

- Tenho algo para dizer a vocês – Sam diz com voz estrangulada.

- Voltou com a Nita? – Nop supõe, parecendo revoltado.

- Não, mas estou namorando.

- Está? – praticamente cacarejo a pergunta ao me voltar para ela.

- É claro! – Sam me olha e ajeita os óculos em cima do nariz.

- Pensei que estivéssemos namorando. Não estamos?

- Achei que estávamos nos conhecendo melhor – digo encolhendo os ombros. – Estamos namorando?

- E eu estaria aqui enfrentando a sua família se não estivéssemos, Mon?

- Você quase sempre vem nos almoços de sábado. Eu imaginei que iria contar que estávamos nos conhecendo melhor, ou algo assim.

Sam cruza os braços e me olha com desdém.

- Esperou eu vir até aqui e começar a falar para me dizer que não estamos namorando? Não quer namorar comigo?

- É claro que eu quero! Só que você não pediu. Por isso fiquei surpresa.

Por um momento me esqueci de que estava na sala e na frente de todos e quando eu e Sam olhamos para minha família, vemos que todos estão nos olhando com os olhos arregalados, inclusive meu sobrinho parou de brincar para nos assistir.

- Estão namorando? – Nop é o primeiro a falar, seu rosto ficando muito vermelho.

- Agora estamos parecendo sem graça. – Sam garante,

Meu irmão se levanta e começa a passar a mão nos cabelos.

- Estava pegando minha irmã pelas minhas costas?

- É claro que não – eu afirmo e também levanto. – Começamos a ficar essa semana.

- E não pensou em me falar nada? – Nop se volta para a amiga.

- Queríamos contar para todos ao mesmo tempo – Sam diz, muito vermelha.

- Formam um casal bem fofo – Liz garante, puxando meu irmão pela camisa de volta ao sofá. – E não seja rabugento, querido.

Nop cruza os braços e apenas balança a cabeça, parecendo indignado.

Volto minha atenção para meus pais e os observo, ficando um pouco surpresa por eles estarem nos encarando com curiosidade.

- Posso namorar com a sua filha, senhor? – Pergunta Sam.

Meu pai sorri e então olha para mim.

- É o que quer, Mon?

- Sim.

- Que ótimo! Sam é uma boa pessoa e tem até casa própria.

-Jun-Seo! – mamãe o repreende. ‐ Isso não importa. Estamos felizes que vocês estão juntas, surpresos, mas felizes.

- Falem por vocês – Nop resmunga e então olha para Sam.

- Judas.

Meu pai começa a gargalhar do jeito emburrado de Nop e logo todos nós estamos rindo, incluindo meu irmão, que ressalta que está zangado com Sam, mas que irá superar.

Quando todos se dirigem para a cozinha, me volto para Sam e a vejo sorrir para mim.

- Desculpa não ter falado sobre o namoro – fala e pega a minha mão. Pensei que já estava claro.

- Estou feliz da forma que as coisas estão acontecendo. – Ela sorri e se aproxima, dando um beijo em minha testa.

- Não se abuse com a Mon! – Nop berra da cozinha.

- Se ele sonhasse com as coisas que já fizemos – falo baixinho.

Sam fica bem vermelha e coloca um dedo nos lábios e eu começo a rir ao pegar a mão dela.

- Ainda temos muitas coisas para fazer

Ela diz em meu ouvido quando nos levantamos.

- Mal posso esperar.


𝑨 𝒗𝒊𝒓𝒈𝒊𝒏 𝒆𝒏 𝒕𝒓𝒐𝒖𝒃𝒍𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora