Capítulo 10

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Pov: Mon

- Eu mal posso esperar por seu próximo teste drive- Yha diz enquanto almoçamos em um restaurante próximo a revista e no único dia em que ela está se permitindo sair da dieta zero carboidratos. Pela forma como está atacando o prato de macarrão, parece que não come uma massa a séculos.

Tento sorrir e agradecer os elogios de todos, mesmo que por dentro esteja nervosa com toda a repercussão que está tendo, ainda mais entre as leitoras que estão comentando e dizendo que eu sou muito mais animada e descritiva do que Meena.

Não vou ser hipócrita e dizer que não estou feliz. Todo jornalista quer ser lido, arrancar uma reação do público, e isso está acontecendo comigo de uma forma maravilhosa e eles querem mais. A grande questão é que Sam meio que deixou claro que era uma única aula.

Quando finalmente tomo coragem de olhar o que tem dentro da sacola, quase caio da cadeira. Um masturbador masculino de silicone que parece um tubo grosso, mas que na ponta tem o formato de uma vagina com espaço sanfonado e tudo para o pênis. Com a tampa fechada aparenta muito uma lanterna e acho que devo ser muito desligada porque sequer fazia noção da existência de um negócio desses, principalmente com o nome de beijo mágico.

Encontro também um colar de pérolas com um pequeno cartão pendurado que diz que o objetivo é proporcionar uma massagem sensual ao ser enrolado ao redor do pênis do parceiro, ou então nas mãos da parceira no momento da masturbação.

Muito diferente dos dois primeiros objetos, o terceiro é em formato de ovo e com o desenho de um sol chamativo. O cartãozinho diz que é um produto importado do Japão e ideal para sensações prazerosas, além de ser usado com um lubrificante especial que também veio junto e promete esquentar tudo.

Por último há um pequeno anel de silicone com uma espécie de pingente em formato de urso. Um anel peniano que promete estimular a parceira e deixar o pênis ereto por mais tempo.

Coloco tudo de volta na sacola ao ouvir o riso dos meus colegas e piadinhas de que irei me divertir muito durante à noite.

Claro, como se uma coisa dessas fosse acontecer comigo. Muito mais fácil eu morrer de constrangimento ao aparecer na porta de Sam com meu mais novo arsenal e minha sempre presente cara de pau.

Caminho com dificuldade até parar na frente da minha casa, equilibrando uma pizza média com uma embalagem plástica de pudim de leite condensado em cima. Cada um luta com as armas que tem, não é?

Abro o portão com a mão livre e me encaminho direto para a porta de Sam, tocando a campainha com o pé. Deus, eu vou mesmo fazer isso? Sam não demora a abrir a porta e ela arregala os olhos ao me ver, mesmo que isso fosse esperado já que eu toquei a campainha e não o interfone ao lado do portão.

- Quer jantar comigo? – pergunto de um jeito tão animado que o assusta. – Comprei sua pizza favorita e o pudim que ama da padaria da Dona Talia.

- Claro... entra.

Ela pega as embalagens dos meus braços e eu tiro minhas botas, a seguindo em direção a cozinha, a sacola da sexy shop balançando pendurada em meu pulso.

- Não é que eu não esteja feliz pela sua companhia, mas porque está aqui, Mon?

Sam é muito inteligente para acreditar que eu bateria em sua porta munida de suas comidas favoritas a troco de nada. Na última vez em que fiz isso, antes da semana passada, foi para pedir alguns dias para pagar o aluguel porque gastei mais do que o esperado em comidas prontas.

- Para comemorar – falo ao sentar em frente a bancada, a observando dispor os pratos e copos. – Sou um sucesso com minha primeira coluna e graças a você. – Ela começa a tossir, suas bochechas ficando coradas e os olhos arregalados.

𝑨 𝒗𝒊𝒓𝒈𝒊𝒏 𝒆𝒏 𝒕𝒓𝒐𝒖𝒃𝒍𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora