Pov Mon
Sam morde o lábio e então toca a minha testa com as pontas dos dedos.
- Você não está com febre, – diz baixinho.
- É claro que não. Estou bem. – Sam balança a cabeça e então se levanta, me levando no colo até a sala e então me colocando no sofá, sentando ao meu lado.
- Você estava brincando? – Questiona em um tom sério que raramente a vejo usar ao falar comigo.
Penso em começar a gargalhar e falar que era um pegadinha, mas então resolvo que não tem motivo para isso. Certos machucados precisam que o curativo seja retirado rápido.
- Não – admito e olho para o rosto dela. – Eu nunca falei tão sério em toda a minha vida.
- Então quer dizer que gosta de mim? – Insiste de uma forma incrédula.
- Não. Gostar a gente gosta de pizza. Eu estou apaixonada por você. – Sam arregala os olhos, se levanta e começa a passar as mãos nos cabelos, bagunçando os cachos brilhantes.
- Você deve ter se enganado – ela diz de uma forma nervosa. Você me conhece há dez anos, Mon, e nunca demonstrou nenhuma inclinação amorosa para o meu lado.
- Deve ser porque mesmo sendo dez anos, eu só te conheci de verdade no último mês.
- As pessoas não se apaixonam em trinta dias. O amor demora a acontecer.
- Eu também achava isso, mas simplesmente aconteceu, Sam.
- Provavelmente está grata por eu ter a ajudado e confundiu o desejo que sentiu por tudo o que fizemos com algo a mais.
- Pensei que fosse gerente de banco e não especialista em amor.
- E eu sou, mas tenho experiência o suficiente para saber que talvez esteja confundindo qualquer outra coisa com amor.
- É tão apavorante assim eu gostar de você, Sam? – Ela para de andar e me olha. Está parecendo ainda mais nervosa.
- Tínhamos um acordo, Mon.
- Eu sei.
- Eu só não quero que você confunda os sentimentos, entende?
- Ainda lembro a forma que ficou quando encontrou o seu ex-namorado e não preciso que goste de mim como forma de tapar o buraco que aquele cara deixou na tua vida.
- Você está sendo a maior babaca, sabia? – Sam arregala os olhos e retira os óculos, passando as mãos pelo rosto. – Eu não sou apaixonada por ele há muito tempo. Acha que eu queria me apaixonar por você? É a melhor amiga do meu irmão, não temos nada em comum e eu não preciso da complicação de estar sentindo algo por alguém nesta altura da minha vida. Eu falei para tirar esse peso de dentro de mim. Não precisa se emocionar, Sam. Eu não te pedi em casamento, ou insisti para que gostasse de mim de volta.
- Então qual o motivo de ter falado?
- Eu não sei, tá legal? Agora para de agir toda superior para o meu lado.
- Eu não estou fazendo isso, Mon. É só que achei tudo muito repentino.
A forma como ela está me tratando me irrita profundamente e eu me levanto e vou até o quarto dela, pegando todas as minhas coisas.
- O que está fazendo? – Coloco a alça da bolsa no ombro e engulo em seco.
- Indo para a minha casa – falo com uma calma fingida. – Não vou mais te perturbar com os meus sentimentos sem explicação.

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𝑨 𝒗𝒊𝒓𝒈𝒊𝒏 𝒆𝒏 𝒕𝒓𝒐𝒖𝒃𝒍𝒆
FanfictionKornkarmon jamais imaginou que ser virgem a impediria de agarrar com as duas mãos a oportunidade da sua vida, mas é isso o que acontece e ela vê sua grande chance indo embora. Alguém sem experiência pode escrever sobre amor e sexo, certo? Determinad...