Alguns anos depois...
Procuro pelas duas pequenas por toda casa de modelo provençal, ambas meninas estão chateadas e decidiram se esconder de mim. Libero um suspiro frustrada ao não encontrá-las no último quarto da casa, desço para o primeiro andar e vejo as duas através da porta que dá para o jardim de casa, ambas encolhidas no balanço ninho.
Em silêncio caminho até as duas pequenas que não dão a mínima para minha presença, Liana foi a primeira a se levantar sendo seguida logo depois por Elina, me acomodo no balanço com calma e espero as duas sentarem-se em meu colo.
— Precisam compreender que não é culpa dela, bebês. — Murmuro. — A mamãe quer tanto estar aqui com vocês, ela quer comemorar o aniversário de vocês, mas houve um imprevisto que está a mantendo longe de nós.
— Não quero mais festa, não tem graça sem a mamãe. — Elina foi a primeira a falar.
— Infelizmente não temos como cancelar, a festa já é hoje. Mas podemos fazer um acordo, o que acham?
— Qual acordo? — Liana perguntou curiosa, sorrio. Acredito que nunca irei superar o fato de Kara ter tirado os nomes delas de filmes da Barbie.
— Vamos aproveitar ao máximo a festa de vocês hoje e amanhã podemos viajar para encontrar a mamãe, está bem? — Vejo as gêmeas sorrirem.
— Promete?
— Prometo de mindinho!
Observo as duas loirinhas deixarem o meu colo para comemorar o novo acordo feito, mas o som da campainha acabou com o breve festejo delas, que me seguiram até a porta para descobrirem quem é. As meninas rapidamente cumprimentaram meu irmão, sua família e meus pais, fico conversando com eles na sala enquanto as crianças brincam na brinquedoteca.
O organizador da festa não demorou a chegar para iniciar a decoração da festa das gêmeas, libero um suspiro ao ver o nome da mãe das minhas filhas brilhando na tela do celular e sigo para o jardim para atender a ligação.
— Bem, suas filhas já choraram e desistiram da festa. — Comento antes que ela possa me cumprimentar.— Mas fiz as duas voltarem atrás ao prometer que amanhã iremos embarcar para encontrar você. — Ouço o baixo riso dela.
— Olá amor.
— Não tem essa de “olá amor” Kara! Suas filhas sentem sua falta, hoje estão completando sete anos e você não está aqui com elas, acha mesmo que irá receber um “oi amor, sinto sua falta”?
— Não irei?
— Não! Droga Afrodite! Confiei na sua promessa e mais uma vez falhou comigo. — Meus olhos começam a arder e encher de lágrimas.
— Me perdoe Lee. Prometo que irei compensar você e as meninas também.
— Sexo não resolve tudo, nem mesmo os seus vacilos Kara. Era para ser um dia feliz e está sendo uma droga, tive que consolar nossas filhas as seis da manhã. Agora me pergunte o motivo disso. — Kara se manteve em silêncio. — Pergunte Kara!
— Por que amor? — Indagou após um suspiro.
— Porque nossas filhas acordaram achando que encontrariam a mãe dividindo a cama comigo, mas tudo o que encontraram foi o seu lado da cama vazio. Elas acharam que seriam acordadas com beijos pela manhã, que a mãe delas a acordariam como sempre faz, mas elas não foram!
— Me desculpe, por favor. Amor, eu... Sinto muito. — Pediu. — Não era a minha intenção, eu não... Eu...
— É, você não queria. Eu sei. — Suspiro cansada. — Preciso desligar, tenho que arrumar nossas filhas para festa de aniversário delas e vê-las tristes porque a mãe não está presente.