Capítulo 9

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P.O.V JOSH


Acordei cedo, por volta das sete horas. Noah dormia tranquilamente na cama, e por um momento fiquei observando sua feição angelical e serena. Minha mão se levantou involuntariamente para tocar seu rosto, mas hesitei. Em vez disso, levantei-me e fui até a janela, abrindo as cortinas apenas o suficiente para ver o tempo. O céu estava clareando devagar, e a chuva da noite passada tinha deixado o ar fresco e revigorante. Fechei as cortinas novamente para não incomodar Noah.

Fui ao banheiro para fazer minha higiene matinal. Quando terminei, fui para o closet e vesti uma das minhas roupas esportivas, amarrando bem os tênis antes de sair. Precisava espairecer meus pensamentos, e uma corrida pela floresta parecia a melhor opção.

As folhas molhadas rangiam sob meus pés enquanto eu corria, o som ritmado dos meus passos combinando com o canto dos pássaros. O cheiro de terra úmida e vegetação fresca era relaxante, ajudando a clarear a mente. Dormir com alguém, da forma como fiz com Noah, era algo que eu não fazia há anos. Ainda podia sentir o doce aroma dele impregnado em minha pele, uma mistura de baunilha com notas sutis de lavanda. Ele era tão delicado e suave, inebriante de uma forma que me deixava extasiado.

Mas eu não me daria ao luxo de ser levado por isso novamente. Tudo o que estou fazendo é para manter as aparências e nada mais. Noah precisava de mim para não se prejudicar ainda mais, e eu estava disposto apenas a seguir com meus deveres como alfa, mas não permitiria que meus próprios sentimentos se envolvessem. Não podia me permitir ser vulnerável novamente.

Correndo pela trilha, deixei a mente vagar. Noah era diferente de qualquer ômega que eu já tinha conhecido. Havia uma doçura e uma força nele que me atraíam, mas eu não podia me permitir pensar nisso. Já tinha feito essa promessa a mim mesmo antes, e não iria quebrá-la.

Após um tempo, desacelerei, parando em uma clareira onde a luz do sol atravessava as copas das árvores, criando um jogo de luz e sombra no chão. Apoiei as mãos nos joelhos, respirando profundamente o ar fresco. A corrida havia ajudado a clarear a mente, mas a imagem de Noah ainda persistia.

Suspirei, endireitando-me e começando a caminhar de volta para casa. Sabia que ele estaria acordado agora, talvez já sentisse minha falta. Mesmo que estivesse fazendo tudo isso para manter as aparências, não podia negar que algo nele mexia comigo de uma forma que eu não queria admitir.

Enquanto caminhava, tentei convencer a mim mesmo de que tudo isso era temporário, uma situação que logo se resolveria. Noah era um ômega vulnerável que precisava de proteção, e eu estava disposto a dar isso a ele. Mas nada além disso. Não podia me permitir mais do que isso.

— O que você está fazendo comigo, Noah? — murmurei, um rosnado indignado escapando dos meus lábios. Tudo isso estava fugindo do controle, essa vontade incessante de tocar seu rosto, seu corpo, sentir seus lábios contra os meus.

Não posso acreditar que estou ficando maluco por um ômega novamente.

Cheguei em casa, o suor escorrendo pela minha testa. Entro pelo fundo da casa onde a uma entrada para a academia, lá tem tudo preciso para não entrar em casa feito um cachorro fedorento. Peguei uma garrafa de água no frigobar e bebi longos goles, tentando apagar a imagem de Noah da minha mente. Mas ele já havia se infiltrado em meus pensamentos, e eu sabia que ignorar isso não seria fácil. Mas tinha que tentar. Por mim. E principalmente por ele.

Talvez um banho gelado seja uma boa solução. Minha academia é cômodo bem equipado onde passo a maior parte do tempo quando não estou trabalhando. Fiz questão de instalar todos os equipamentos que preciso para manter minha forma física, além de construir um banheiro completo. É prático poder tomar uma ducha logo após os exercícios, e por isso sempre deixo uma muda de roupa e algumas toalhas.

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