Capítulo 2

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P.O.V NOAH

Deixo a água quente do chuveiro escorrer por meu corpo enquanto esfregava minha pele com certa brutalidade, mas não consigo me sentir limpo o suficiente. Peguei o sabonete líquido e despejei uma grande quantidade em minhas mãos, massageando-o por todo o meu corpo. Mas é inútil. O cheiro daquele alfa parece estar grudado em mim, e não importa o quanto eu esfregue, não consigo me livrar dele.

Maldito seja o dia em que concordei em ir para aquela maldita balada. Maldito seja o dia em que conheci aquele maldito alfa gostoso. E maldito seja o dia em que permiti que ele me marcasse. Como pude ser tão estúpido? Como pude me deixar ser seduzido por um alfa desconhecido? Um sentimento de tristeza me invadiu, e lágrimas misturaram-se com a água. Eu não sabia o que fazer. O problema não se resumia apenas ao cheiro do alfa impregnado em minha pele; agora, eu era um ômega marcado por um alfa que nunca mais veria na vida.

Minha mente está uma bagunça, cheia de arrependimento e desespero. Não sei como enfrentar minha família, minha própria existência. Estou preso em um pesadelo do qual não consigo acordar. E tudo porque eu cedi aos desejos do meu lobo, aos impulsos que me levaram para os braços daquele alfa sedutor.

Mas agora é tarde demais para lamentar. Preciso encontrar uma maneira de resolver isso, de lidar com as consequências do que fiz. Mas como? Como posso viver com uma marca que me lembra constantemente daquele alfa?

Minha reputação estava arruinada. Nunca seria aceito por minha família, nem por outro alfa. E a culpa é minha por ter permitido que isso acontecesse, por ter seguido os instintos do meu lobo tanto quanto eu desejava naquela noite.

Termino meu banho, mas o cheiro dele ainda está impregnado em meu corpo. Pego a toalha e a envolvo em minha cintura antes de sair do banheiro, encarando meu reflexo no espelho. Meu cabelo molhado caindo sobre minha testa, meus olhos refletindo um cansaço profundo. Mas é a marca em meu pescoço, próxima à garganta que chama a minha atenção.

Com hesitação, levo a mão até o local onde ele me marcou. A pele ainda está vermelha e inchada, gritando para o mundo ver que eu pertenço a um alfa. É uma marca nada discreta, e pelo que sei, típica de alfas possessivos e dominantes. Eu estava completamente ferrado. Como pude deixar isso acontecer?

Caminho até o meu quarto com passos lentos e doloridos. Aquele cara me deixou completamente acabado. Como consegui suportar aquele... pau monstruoso? Agora mal consigo andar direito. Como eu aguentei aquele alfa selvagem? Estou fudido, em todos os sentidos.

Graças a Deus, o banheiro fica dentro do meu quarto, então não preciso ir muito longe. Meu quarto é espaçoso, uma das vantagens de ser filho único. As paredes são pintadas de branco e azul ciano, uma combinação que gosto. Tenho uma estante de livros com várias obras de diferentes gêneros. Minha cama é grande e na parede aonde dela há um grande mural com o mapa mundi.

Visto uma cueca, uma calça de moletom e um casaco de moletom sem zíper. Está frio, afinal estamos em transição do outono para o inverno. Deito na cama e me cubro com um cobertor macio e quente. Tudo o que quero agora é esquecer o que aconteceu naquela noite e descansar um pouco.

*******

Krystian me encara estarrecido, seus olhos arregalados e a boca aberta expressam seu choque. Ele está assim há um minuto, e começo a me perguntar se devo me preocupar. Sei que tudo que contei para ele é impactante, mas não acho que seja motivo para essa reação exagerada. Somos amigos desde a infância, nossos pais são amigos também, e Krystian sabe tudo da minha vida, assim como eu sei tudo da dele. Além disso, ele também é um ômega, então deveria entender melhor minha situação.

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