Capítulo 1

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P.O.V NOAH

Eu estava nervoso enquanto caminhava em direção à entrada da balada. Era meu aniversário de 18 anos, e meus amigos insistiram que eu celebrasse em grande estilo. Mas, para ser sincero, eu preferiria estar em casa, lendo um livro tranquilo. No entanto, me deixei levar por essa ideia maluca.

Usar identidades falsas para entrar na boate nunca daria certo, isso era uma grande loucura. E pior foi eu ter concordado com isso.

— Krystian, isso não vai funcionar. — Falei apreensivo. — E se formos presos?

— Noah, para com isso, claro que vai dar tudo certo. — Ele rebateu confiante.

— O Krys tem razão. E não é sempre que seus pais viajam, principalmente na semana do seu aniversário. — Sina disse.

— Eles só não conseguiram voltar a tempo, e confiaram em mim para não fazer nenhuma besteira. E olha o que estou fazendo?

— Indo se divertir com seus amigos. — Krys disse como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— É Noah, sem drama. — Sina falou, ajeitando seu cabelo quando chegou a nossa vez na fila.

O grande segurança de olhos escuros e pele clara que bloqueava a entrada da boate nos encarou com seriedade. Estava suando frio; qualquer pessoa que estivesse cometendo um crime ficaria assim, principalmente se um alfa de 1,87 estivesse encarando você com um olhar amedrontador, mas pelo menos seu cheiro de menta era levemente agradável.

— Suas identidades. — O segurança pediu, sua voz soando autoritária.

Entregamos para ele, que averiguou cada uma delas e depois olhou para nós. Estava levemente tremendo, e eu com certeza não sei onde estava com a cabeça.

— Podem entrar, e feliz aniversário, Noah. — O segurança disse e piscou para mim.

Senti um alívio ao ver que funcionou e, ao mesmo tempo, uma incredulidade pela forma descarada que ele me olhou, como um cachorro babão.

— Obrigado. — Agradeci, não custa ser gentil. Mas se ele soubesse que não estou fazendo 21 anos, as coisas seriam diferentes.

— Eu disse que daria certo. — Krys falou com ar de confiança.

A música pulsante e as luzes vibrantes da balada me atingiram assim que entrei. Meus amigos me puxaram para a pista de dança, mas eu me sentia um pouco deslocado, observando as pessoas ao meu redor se divertirem. Eu não era exatamente o tipo de pessoa que se destacava em um ambiente como esse; estava totalmente fora da minha zona de conforto. E a mistura de cheiros, suor e perfumes me incomodava, fazendo-me sentir náuseas.

Meus amigos continuavam dançando animados ao meu redor, mas eu me sentia como um peixe fora d'água. Tentei acompanhar o ritmo da música, mas meus movimentos eram desajeitados e descoordenados. Estava me sentindo como um pedaço de carne sendo observado por alguns alfas, e revirei os olhos por instinto diante de ações como essa.

Talvez esse fosse o motivo dos meus pais não me deixarem sair para festas assim. Eu nem sabia dançar, e Krystian e Sina nem se deram ao trabalho de me ensinar alguma coisa, afinal, não era a primeira vez deles ali.

Decidi ir até o bar, talvez beber uma água e observar as pessoas de longe. Sentei em um dos bancos altos, deixando minhas pernas flutuando. Virei-me para o barman e fiz meu pedido.

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