As voltas que o mundo dá

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Quando abriu os olhos estava assustado, a primeira coisa que viu foi um clarão barulhos de bip e um quarto cheio de pessoas que menosprezava com ares de preocupação e pena. Quis gritar mandá-los embora, mas havia um tubo em sua boca, provavelmente o que estava ajudando a respirar então quando Kongpob percebeu que seu pai havia acordado foi para o lado dele e lhe segurou a mão esquerda. Kerkkrai queria se afastar, porém seu corpo estava muito pesado ele não conseguia se mexer e se sentiu incomodado com o fato do filho a quem tanto machucara lhe mostrar algum afeto nessa hora. Ele estava confuso e não se lembrava muito do que havia acontecido. Ah! Pensou, o acidente... Era por isso que todos estavam lá:

- Pai. _ Kongpob chamou _ Não se preocupe, o senhor está bem agora chamamos um enfermeiro.

Kerkkrai não conseguia ouvir, pois havia uma pessoa naquela sala que não se encaixava. Essa pessoa que seguiu até sua cama e segurou sua mão direita e ele sentiu sua pele queimar e os olhos estreitaram principalmente ao ouvir Pick chamá-la de forma tão familiar:

- Tia... Então era você quem iria comprar nossa parte da empresa? Por onde esteve esse tempo todo?

- Eu estive cuidando de assuntos pessoais, eu voltei porque precisava lidar com o último assunto que foi o julgamento do seu tio e me deparei com a oferta de vocês. Não poderia recusar.

Qiren queria esbravejar e gritar seus olhos ardiam em lágrimas. Quem aquela mulher pensava que era pra voltar e virar sua vida de cabeça pra baixo? Já não bastava abandoná-lo? O que ela queria agora? Humilhá-lo ainda mais! A Sra. sendo a mais curiosa perguntou meio alto:

- De onde se conhecem não lembro de você no nosso grupo...

- Sou irmã mais velha de Kerkkrai, também responsável por sua prisão. Acontece que não crescemos juntos fui separada desde cedo já que somos irmão apenas de mãe.. E me arrependo amargamente até hoje de não ter estado lá quando precisou...

A senhora voltou a olhar para Kerkkrai que ainda a queimava vivo com os olhos e continuou:

- Sei que me odeia agora, por favor me perdoe...

As pessoas na sala acharam o momento meio íntimo e queriam sair, porém a enfermeira chegou e dispersou o clima:

- Então? _ Rome perguntou _ Como ele está?

Por mais desavenças e mal entendidos que tivessem, o grupo tinha Kerkkrai como alguém que pagou por seus crimes. Eram boas pessoas... Estavam dispostos a perdoar mesmo que com o tempo, mas por Kongpob fariam um esforço.

- Um médico vira explicar a condição do senhor eu estou aqui apenas para checá-lo.

A tensão na sala era grande. Pra ser sincero todos sabiam o estado de Kerkkrai, menos ele e isso gerou discussão sob cuidados e quem o receberia fato que Kongpob foi teimoso em dizer que ele receberia o pai em casa pra cuidar obrigando sua tia a anular o pedido de que o velho ficasse longe. Arthit foi totalmente contra, mas jamais diria isso ao namorado.

Quando o médico apareceu na sala, o silêncio mórbido que se fez presente incomodou o velho e algo lhe dizia que as notícias não eram boas. Bem, tudo estava desandando de qualquer maneira então que se dane, pensou:

- Khun, eu sou seu médico cirurgião e venho lamentosamente informar que o senhor está paralítico e mudo pode ser uma condição temporária, mas...

Não ouviu mais nada. Apenas um zumbido as pessoas na sala o olhavam com pesar, seu filho era o mais devastado. Aquela criança... Depois de todo o mal que lhe causara ainda insistia em ficar triste por ele... E sua irmã o que queria agora? Não importava, provavelmente iria embora de novo! Assim que mexesse os braços iria expulsá-la. Após as palavras do médico, as pessoas se retiraram para ir embora restando apenas Kongpob, Arthit, Coração e sua irmã:

- Pai. Receberá tratamento em minha casa. Vai morar comigo e não se preocupe, não guardo mágoas.

Kerkkrai fechou os olhos fortemente para evitar lágrimas. Não queria chorar na frente deles. Estava tão perdido... Tão solitário que não viu a família sair. Seu ódio pela família de Kongpob é que lhe lembrava a sua própria na infância:

- Eles já foram... Pode abrir seus olhos pra falar comigo?

O velho abriu os olhos de forma violenta, xingando deus e o mundo e principalmente a mulher a sua frente:

- Pode me xingar o quanto quiser Ai' Kerkkrai, mas eu voltei... Eu não vou te abandonar... Me dê uma chance de consertar as coisas?

O homem acamado desviou os olhos timidamente e se sentiu raivoso por sua irmã ainda mexer com seus sentimentos. Eles eram unha e carne até que um dia ela se foi e nunca mais voltou. Assim como acabou fazendo com seus filhos... Ele não se perdoava.

- Sabe... Você tem boas pessoas na sua vida... Que estão dispostas a esquecer tudo e te aceitar de volta por causa de uma única pessoa. Você educou seu filho muito bem, certo?

- Senhora Suthilluck precisa ir agora . _ a enfermeira apareceu para lembrá-la.

- Olha você terá alta em algumas semanas e eu vou estar aqui pra ver onde você vai ficar. Vou comprar sua empresa, mas podemos cuidar delas juntos. Preciso ir... Fique bem.

A sala de repente ficou vazia. Kerkkrai encarou os lados respirando ofegante ameaçando um ataque de Pânico. O que havia acontecido? Se permitiu chorar pela primeira vez em anos... Aquilo não era pra terminar assim...






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O que acham que ele merece, redenção? Ou sofrer nas mãos de Arthit?

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