Os primeiros passos para a aceitação

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O Sr. Rojnapat encarou Kongpob da cabeça aos pés e depois de terminar sua breve análise disse severamente:

- Venha comigo.

Antes que Arthit pudesse impedir, o moreno se viu caminhando ao lado do senhor mais velho de aparência sisuda que ao perceber que estavam afastados o suficiente de sua esposa, filho e neta começou a falar:

- Quais são suas intenções com meu filho? _ a pergunta foi feita rispidamente

- As melhores senhor... Eu... Eu só quero fazê-lo feliz... _ engoliu em seco pensando em como soava bobo ao responder.

- Seu rosto não me é estranho garoto... Quem é você?

- Sou Kongpob Suttiluck.

- Entendo... Filho do grande Kerkkrai...

- Conhece meu pai?

- Todos conhecem seu pai. _ revirou os olhos.

- Isso quer dizer que não aprova minha família?

O senhor ao invez de responder deu um suspiro pesado. Parecia que sua esposa e Arwena estavam certas no fim das contas, ele já imaginava sua mulher pulando de alegria com a notícia... Sem obter uma resposta, Kongpob pediu enquanto se curvava:

- K'Rojnapat eu sei que talvez essa situação seja difícil compreender, mas dado ao fato de que não teremos apoio do lado da minha família, por favor peço que nos dê uma chance pelo bem de P'Arthit que sofreu demais...

- Então é assim que deve ser.

- Kong o que está fazendo?! _ Arthit se aproximou e o puxou para cima endireitando seu corpo _ Pai o que significado disso?

- Ele tem culpa de nada P'Arthit.

A Sra. Rojnapat e Coração chegaram perto dos três homens e a senhora perguntou:

- Querem ficar pra jantar? Podemos... Nos atualizar melhor e Oon pode nos contar como se conheceram?

- O que você acha Kong?

- Parece bom pra mim...

- E você Coração?

- Quero ficar com a vovó e o vovô!

- Então vamos aceitar o convite, obrigado...

- É a sua casa Oon... Não tem que agradecer...

Os cinco retornaram para dentro da casa e se aglomeram na cozinha sentando em torno da mesa enquanto a senhora começava a cuidar da comida e num momento ela perguntou ao moreno com naturalidade:

- Como está seu irmão N'Kong?

- Como sabe sobre meu irmão?

- Querida eu acho melhor... _ o senhor começou, mas foi interrompido.

- Eles tem que saber. Se vamos nos tornar uma família eles precisam saber do passado...

- Passado? _ Arthit perguntou enquanto descascava batatas para sua mãe.

- Eu e Arwena éramos amigas desde que eu consigo me lembrar...

- Conheceu minha mãe? _ o moreno questionou maravilhado por mais alguém além dele saber sobre sua mãe.

- Ela era uma mulher encantadora e maravilhosa... Crescemos juntas!Quando fomos pra faculdade conhecemos nossos maridos e a mãe de Namtarn que na época disputava a atenção do seu pai comigo aquela vadiazinha...

- Amor... Linguagem...

- Enfim... _ a senhora pigarreou _ Eu e ela vivíamos dizendo que quando tivéssemos filhos os casariamos pra que fossemos uma grande família! Mas aí ela teve Pick e Kongpob e eu tive você Oon... Você e Kongpob eram tão apegados...

- Já nos conhecíamos? _ o mais velho perguntou em descrença.

- Sim é claro! Eram tão fofos! Sempre grudados nunca ficavam muito tempo longe um do outro... Verdadeiramente uma graça... Então pensamos que se algo flore esse entre os dois... Não íamos proibir... Obviamente seus pais não gostaram muito da ideia, mas nunca brigamos por causa disso.

- O que aconteceu? _ Kongpob questionou sentindo a cabeça latejar.

- Arwena adoeceu _ o Sr. Rojnapat respondeu com pesar _ Kerkkrai mudou depois disso e não tivemos mais notícias.

- Você ficou arrasado por um tempo Oon... Até conhecer aquela menina asquerosa e nunca mais perguntou sobre ele... Foi algum tipo de bloqueio eu acho... Vc realmente sofreu muito com a partida do pequeno Kong...

- Eu não me lembro disso... Pensei que a primeira vez havia sido naquela reunião... _ Arthit confessou baixo.

- Já nos vimos? _ o moreno arregalou os olhos _ É por isso que eu te achei tão familiar quando te vi na rua!

- Você achou?

- Sim! Eu só não conseguia me lembrar...

- Vocês tiveram muitas primeiras vezes, certo? Oon isso é o destino! Vocês foram feitos um pro outro!

- Ah sim e com certeza não tem nada haver com o fato de você e a desmiolada da Arwena quererem isso! _ o Sr. Rojnapat comentou revirando os olhos.

- Agora que vocês dizem isso... _ o moreno sussurrou _ minha mãe costumava dizer que um dia eu encontraria o sol que ele iluminaria minha vida... Ela morreu sem saber sobre minha opção... Ela estava falando de você P'Arthit...

Ambos sorriram um para o outro e o casal mais velho segurou um suspiro. Eles deveriam encontrar Kerkkrai e conversar para que os filhos não sofressem tanto com o homem que montou seu império com punhos de aço. O jantar correu tranquilamente com mais revelações de uma juventude há muito esquecida porém guardada no coração daquela senhora...

O moreno sentia esperança pela primeira vez em muito tempo ao pensar que seu pai poderia aceitar o relacionamento devido ao status de conhecer a família de seu namorado. Quando chegou a hora de ir embora eles trocaram abraços e números de telefone, promessas de se verem novamente num futuro próximo e não perderem o contato.

Os três entraram no carro e Arthit veio o caminho para casa em um silêncio confortável e sentindo-se extremamente leve isso até Kongpob comentar:

- Aim me contou que ele e May passaram no Caffe onde você trabalha...

- Ele estava lá? Nem percebi...

- Como não?

- Digamos que sua secretária particular estava ocupando meu campo de visão.

- O que quer dizer? _ aquela frase extremamente irônica não passou despercebida pelos moreno que arqueou uma sombrancelha.

- Ela gosta de você.

- Por que diz isso?

Arthit descreveu o encontro com May e a cada palavra dita ele viu a expressão de Kongpob desmoronar e se transformar em algo sombrio. Ao final de seu relato as mãos no volante apertavam com tanta força que podia ver os nós branco e sua voz autoritária foi ouvida:

- Quero você na minha sala segunda-feira.




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