Está preparado?

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Na manhã de sexta-feira os quatro homens e a criança se encontravam na mesa começando o café da manhã. Depois do episódio ocorrido na empresa segunda-feira, os funcionários que lá trabalhavam tentavam com afinco se manter ainda mais longe do CEO principalmente se vissem o homem pálido esperando na recepção na hora do almoço. O que aconteceu com frequência naquela semana em particular.

Os adultos conversavam sobre os planos de como seria o decorrer do dia também sobre a possibilidade de Arthit trabalhar na empresa, em um momento a escola de Coração se tornou o novo tópico já que ela começaria a estudar depois daquele fim de semana até mesmo a estadia prolongada de Pick e Rome na cidade.

A conversa fluía bem uma hora ou outra eles incluíam a menina na conversa para que ela não se sentisse solitária já que convivia com tantos adultos, isto até que ouviram uma batida na porta. Todos trocaram olhares confusos como quem diz que não esperavam visitas e com um pequeno susto Kongpob sentiu o celular vibrar e apitar no bolso de sua calça. Ele o pegou lendo atentamente a mensagem de Kerkkrai que o mandava abrir a porta.

- O pai está aqui. _ ele comentou revirando os olhos.

- Deixa que eu atendo. _ Pick se ofereceu com um sorriso malicioso _ estou doido pra ver a cara dele depois de todos esses anos!

- Bem... Tecnicamente eu trabalho aqui _ Rome se levantou _ Vou atender a porta.

O homem baixinho se virou e caminhou até a porta da frente respirando fundo três vezes. Ele não havia conhecido pessoalmente o pai de seu marido e estava nervoso por que depois de nove anos conheceria o causador de tantas dores para o seu amado, sem mais delongas ele abriu a porta e cumprimentou o homem mais velho:

- Sawadee khap K'Kerkkrai.

- O que está fazendo na casa do meu filho? _ o homem mais velho perguntou irritado. Seu pouco humor indo pelo ralo ao se deparar com Rome a sua frente sabendo quem ele era e o vendo como a ruína de sua família.O filho de uma puta, um aproveitador, um vigarista! ele era somente isso.

- Estamos tomando café da manhã. Gostaria de entrar? _ Rome continuou tentando soar cortês enquanto contava até dez em sua mente.

- Não me faça repetir. O que faz na droga da casa do meu filho! _ exigiu cerrando os punhos.

Com um suspiro resignado o menor respondeu:

- Eu trabalho aqui.

- Você se atreve a mentir pra mim?! Kongpob nunca teve empregados.

- Isso foi antes, ele me contratou quer checar minha carteira de trabalho? Eu fui legalmente registrado pra estar aqui.

Kerkkrai não teve tempo de refutar aquela afirmação absurda pois a chegada de seu ex-primogênito lhe calou por um segundo:

- Ora... Ora... Ora... Se não é nosso amado rei descendo de seu reino para se juntar a plebe... Saudades? _ Pick se aproximou da porta e abraçou o marido por trás.

- Pick. _ ele encarou a cena enojado. Até mesmo o nome de sua prole lhe dava um gosto amargo na boca. Respirando bem fundo ele questionou novamente _ Onde está Kongpob?

- Ele ainda está na mesa esperando por você. Quer ter o desprazer de tomar café conosco?

- Ainda consegue ser educado eu vejo.

- Tudo pelo meu papai. _ com a palavra carregada de tanto veneno Pick sorriu com escárnio e piscou para o velho enquanto abraçava Rome pela cintura e o puxou de volta para a cozinha.

Kerkkrai seguiu atrás do casal com seus pensamentos a mil por hora e vendo a cena diante de si quase teve um ataque cardíaco. Kongpob estava ao lado do homem que viu na festa frente ao homem estava uma criança ao lado de Kongpob havia um prato assim como na cadeira ao lado que ele presumiu ser do casal. Sendo assim ele sentou de frente para o moreno ao lado da menina e viu Pick e Rome assumirem seus lugares.

Na mesa de café ele viu alguns bolos que pareciam ter acabado de sair do forno, algumas variações de pães, café, leite de soja um copo de café gelado e outro de leite rosa, arqueou uma sombrancelha pro último objeto pigarreando conseguiu falar primeiro de maneira ríspida:

- Parece que eu me atrasei.

- Se tivesse me avisado com antecedência teria preparado uma recepção melhor. _ o moreno respondeu tranquilamente _ Bom dia para o senhor também pai.

- Kongpob... _ Kerkkrai começou apenas para ser impedido.

- Podemos terminar o café, por favor? Sei o que o senhor quer falar, mas acredito que pode poupar pelo menos a criança que está presente.

- Ela não precisa das suas palavras rudes. _ Pick continuou com um olhar incisivo.

A contragosto Kerkkrai suspirou e começou a comer um pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate que o homem ainda desconhecido colocou em seu prato juntamente com uma xícara de café. Arthit recebeu elogios dos inquilinos da casa e até mesmo o senhor concordou internamente que aquela comida estava deliciosa, mas se recusaria veemente a dizer em voz alta. Seus olhos corriam pela mesa com indescritível horror. Ele jamais aceitaria outro filho gay! Observava Pick alimentar Rome com um sorriso genuíno no rosto e Kongpob enviar olhares para o homem ao seu lado que estava corado como um pimentão... Deus o que havia de errado com eles? Seus genes eram tão ruins assim? Seus pensamentos foram interrompidos pela voz da criança sentada ao seu lado:

- Papai eu já acabei, posso ir brincar?

- Claro Coração pode ir.

O senhor viu a criança sorrir feliz ir até o chamado pai e receber um beijo na testa. Coração? Era um nome estranho e estúpido para uma criança. Essa juventude era extremamente defeituosa... Talvez não fosse culpa dos seus genes afinal...

Todos os homens observaram a menina subir radiante pelas escadas e sumir no andar de cima. Kongpob após ver que estavam sozinhos assumiu uma postura diferente. Arthit podia cortar a tensão com um facão se tivesse um. Ele apertou o copo de leite rosa inconscientemente e prendeu a respiração com a voz vazia do moreno:

- Muito bem pai. Vamos conversar.




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