Capítulo 33

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Lisa

Malditas lágrimas, parem de cair! Se controle, é justamente isso que ele quer, te ver infeliz!

Eu dizia isso para mim mesma, quando aquele homem grande e imponente avançou na minha direção, me enlaçando com seus braços fortes e me beijou.

Deveria empurrá-lo, mas não restava nenhuma força em mim para fazer isso, eu apenas tremia e chorava, tomada por um nervosismo abissal. A boca de Victor trabalhou carinhosamente sobre a minha, as mãos deslizavam suavemente sobre minhas costas, encontrando as pontas dos meus cabelos e naquele instante me senti protegida e querida. Meus batimentos cardíacos começaram a se regular e meu choro foi cessando conforme ele me beijava.

Então, eu comecei a retribuir seus beijos. Era como se o toque dele fosse algum tipo de remédio que meu corpo dependia. Em toda a minha vida, nunca me senti tão fisicamente dependente de alguém. Para meu azar, parecia que talvez precisasse de uma vida inteira para superá-lo.

Como eu podia amar alguém que me tratava daquele jeito? Era alguma espécie de sadismo? Uma doença?

Naquele momento, nada daquilo importava. A tristeza foi subjugada pela felicidade de estar nos braços dele mais uma vez. Talvez fosse tudo o que eu precisasse: mais uma noite com ele.
L Então o abracei com força, determinada a não deixá-lo partir.

— Lisa, se continuarmos assim, acho que não serei capaz de parar, então diga agora se deseja que eu fique aqui esta noite.

— Eu quero.

— Mas não estamos voltando. Eu ainda não esqueci nada que...

— Eu sei, Victor. — Passei os dedos sobre os lábios dele, o calando. — Ainda assim eu quero. Assumo o risco se você também assumir.

Tornei a beijá-lo tão ferozmente... Sugava sua língua como se quisesse engolir todo o seu ser. O calor do momento contrastava com a frieza que pairava entre nós. Cada beijo era uma mistura de desejo e desespero, uma tentativa de recuperar o que havíamos perdido em Mendoza.

O apartamento, antes preenchido pelo vazio, agora vibrava com a intensidade dos nossos sentimentos conflitantes. O que o destino havia roubado, eu tentava recuperar naquele momento ardente, sem saber ao certo se era possível reconstruir o que fora quebrado.

Ele tentou me despir com calma, tentando apreciar a visão do meu corpo, afagando meus cabelos, como se degustasse um vinho caro e raro.

Já totalmente nua, começou a sugar meus seios enquanto, com a outra mão em minhas nádegas, puxava-me em sua direção, comprimindo seu corpo ao meu. Ali mesmo na sala, eu ainda estava em pé, quando ele se abaixou e buscou o interior das minhas pernas, tocando-me com a língua morna e tornando-se rapidamente tão exigente, forte e vigoroso, que precisei apoiar uma das mãos na parede ao meu lado.

Não me importava que a janela estivesse aberta e que algum vizinho do bloco em frente pudesse nos espionar, ou mesmo que não havia nenhum preservativo comigo, eu estava alheia a tudo e queria somente que ele me possuísse.

Victor se levantou e encaixou seu membro em minha intimidade, sem nenhuma dificuldade. Eu estava muito úmida e logo passei a rebolar com muita força. Meus gemidos, como uma sinfonia, o impulsionava a arremeter ainda mais forte. O gozo não vinha, apenas o suor que passava a escorrer pelo meu rosto.
Entre beijos, eu o puxei em direção ao meu quarto, onde uma cama de casal com lençóis cor de rosa nunca pareceu tão convidativa.

O encarei por alguns instantes, me deliciando com o desejo estampado em seu semblante. Era maravilhoso saber que Victor me desejava tanto. Queria ser dele de tantas maneiras, com tanta intensidade e esperava que aquela noite não saísse da mente de jamais.

— Tem algo que nunca fiz e quero experimentar com você — falei, corajosa, meio sabendo que ele era grande o suficiente para tornar a experiência um tanto dolorosa.

Mas eu não estava raciocinando direito. Deitei-me na cama de costas.

— Tem certeza, Lisa? — Victor perguntou, surpreso ao entender minha proposta.

— Vamos, antes que eu mude de ideia.
Ele aproveitou a umidade entre minhas pernas para se lubrificar e encaixou-se, apenas a pontinha, naquele ponto nunca explorado do meu corpo. Eu tentei relaxar.

Victor tentava se controlar, insinuando-se vagarosamente, esperando com paciência que meu corpo acomodasse cada pedacinho de si que avançava entre minhas nádegas, preocupado em não machucar. Eu sabia que ele seria assim, atencioso e cuidadoso, por isso queria que aquela nova experiência fosse com ele.
Sim, havia um pouco de dor, mas também havia prazer. Com uma das mãos livres, tocou-me na frente, me estimulando ali. Ele parecia muito experiente.

Então finalmente eu o acomodei por inteiro. Senti a respiração dele em meus cabelos, os batimentos cardíacos acelerados, assim como os meus.

— Está tudo bem?

— Está sim — murmurei, ofegante.

— Já foi tudo. Agora vem a melhor parte...

Fiz que sim com a cabeça, e ele começou a se mover. Comecei a perceber que estava gostando de verdade daquilo. Era possível sentir prazer em diferentes partes do corpo e ali, em particular, sempre foi um tabu. Achei que quando acontecesse, seria unicamente para satisfazer o outro e não eu mesma, mas com certeza me enganei, pois estava me deleitando e logo eu mesma comecei a exigir movimentos mais vigorosos dele.
Victor se introduzia em mim o mais fundo que conseguia, seu corpo suado cobrindo todas as minhas costas. Tinha um cheiro inebriante de sexo no ar.
Percebi que o gozo o alcançou quando ele gemeu longamente, desacelerando o corpo e descansando sobre mim.

— Victor, não para — implorei. — Não para, por favor.

E ele me atendeu. Continuou se movimentando, seguindo meu ritmo frenético até que eu também cheguei lá.
Então tombamos na cama. Olhei para o teto sorridente.

Acho que naquele momento, Victor esqueceu que não gostava de mim e voltou a me beijar com carinho. Depois foi até o banheiro se limpar e se deitou ao meu lado, ainda nu.

— Está cansada?

— Só um pouquinho, mas aguento mais.

— Ótimo. — Debruçou-se sobre mim e senti o peito dele espremer meus seios. — Agora quero o tradicional.

— Eu também quero.

Então ele se deitou em mim e eu o abracei com as pernas, prendendo-o pela cintura.

Nossas bocas se uniram novamente, suas mãos exploravam meu corpo enquanto ele se encaixava entre minha parte mais molhada e macia.

Arfei, prazerosa. Queria-o ali para sempre.

E nos amamos intensamente.

E de novo.

E mais uma vez até adormecemos de exaustão.

Incontrolável - Subjugada pelo desejo Onde histórias criam vida. Descubra agora