Julho de 2023...
As vezes, sentimentos fortes de afeto podem ser facilmente confundidos pela névoa que é o amor, o amor devia ser uma casa onde se escolhe ir e não uma prisão da qual não podemos sair, um lugar que recorremos para nos abrigar das inseguranças do mundo, um lugar onde chamamos de lar e não um lugar ao qual mal conhecemos.
No início tudo era perfeito. Ele mandava chocolates, levava-a a passear, enfim, ele fazia tudo que era esperado de um namorado. Mas por algum motivo, aquilo não lhe trazia nenhuma emoção.
As coisas tinham se tornado tóxicas entre eles, era um rotina em que ambos ficavam chateados se não recebiam as coisas que supostamente eram o que deviam dar um ao outro, como se fosse uma obrigação e não uma escolha.
E se o ponto de escolher amar alguém era escolher ama-lo/a todos os dias, qual era o ponto em se sentir obrigado/a a faze-lo?
O campeonato de futebol entre turmas estava a decorrer.
O namorado de Sabrina, Aristides estava em campo, ela se lembrava que antes quando olhava para ele ela se sentia encantada, como se ele fosse um ser angelical e toda vez que ele se cruzasse com ela coros de anjos entoavam alto e em bom som. Porém, agora, sempre que olhava para ele tudo que ouvia era o triste e alto som do silêncio.
Ele marcou um golo e dedicou a ela. Ela sorriu - maioritariamente porque tinha e não porque queria.
Era que, eles já tinham dado o que tinham que dar e ela se sentia muito jovem para se prender tão rápido em um relacionamento sem um futuro para ela. Não era isso que ela queria,
não era isso que ela iria alguma vez querer - nunca!Júlia deu-lhe uma cotovelada no braço.
- O que se passa? - perguntou, com aquele tom imperativo na voz dela.
Sabrina ficou olhando por mais um tempo, procurando por paragens no seu batimento cardíaco, por subidas na sua temperatura, por quebras na sua respiração, mas, nada. Nada! Ela não sentia mais nada ao vê-lo.
- Eu quero terminar com ele - disse sussurrando para que mais ninguém ouvisse.
Estava bastante barulho no campo de futebol mas naquela escola eram profissionais em ouvir as conversas alheias.
- Porquê? - perguntou Júlia como se aquilo fosse uma ideia descabida.
- Eu já não sinto mais nada por ele. Nada, as coisas simplesmente...
- Morreram - atalhou Júlia olhando de esguelha para Tomás.
Sabrina agarrou a mão dela, dando palmadinhas de consolo nela.
Júlia soltou um suspiro meloso.
- O que fazer? - perguntou com a voz mais meiga - sentimentos morrem tão rápido quanto nascem.
Sabrina curvou os lábios no que esperava que fosse um meio sorriso.
- Eu quero terminar com ele hoje - falou Sabrina convicta - eu não quero mais esperar até ele se aperceber que já não somos os mesmos. A verdade é, que éramos bem melhores como amigos.
- E pretendes fazer isso como? Na hora do intervalo do jogo? - Júlia abanou a cabeça em negativa -
é melhor esperares até o jogo terminar.****
O jogo terminou...
A equipa da sala deles tinha ganho o jogo por 3 - 0. Aristides tinha marcado 2 dos 3 e dedicado os dois a Sabrina - o que a fez sentir mais culpada por não estar a retribuir o sentimentos
dele - quando o jogo terminou, ela usou ele estar suado como desculpa para não abraça-lo ou toca-lo, por isso ele foi até casa tomar um banho e trocar de roupa, enquanto eles esperavam por ele para irem celebrar a vitória.
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Em Segredo
RomanceO amor por si não é complicado, o que na verdade o complica são as circunstâncias onde esse amor é criado. Omar e Sabrina estão nessa fase da complicação, o eterno vai ou não vai dos sentimentos, porque, é muito difícil saber o que se está a sen...