Cavaleiro de armadura cintilante

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No mesmo final de tarde...

Sabrina estava deitada na sua cama em posição fetal agarrada a almofada como se a sua sobrevivência dependesse disso.
Ela estava transtornada por não ter acreditado em Mariano. Ele
podia não ser o cavaleiro de armadura cintilante dos livros de contos de fadas mas ele também não era do tipo libertino como ela tinha sido levada a acreditar.

Era engraçado e honestamente, patético a forma como tinha ficado alterada e o quanto
tinha se apegado a Mariano nesse último mês. Até então, ela não sabia o quanto precisava da sua companhia, foi preciso ele deixa-la caminhar sozinha para ela se aperceber do quão tola foi ao questiona-lo daquela forma, ao questionar a sua integridade daquela forma.

Ouviu baterem a porta do seu quarto - não queria falar com ninguém.

- Sabrina? - era a voz de Isadora
- O Mariano está na porta.

Ela levantou a velocidade da luz e foi ter com ele.

Quando abriu a porta estava com medo de olha-lo nos olhos e com muito mais medo do que ele iria dizer.

- Anda - disse ele esticando a mão para ela agarrar.

Ele levou-a o estacionamento ao lado do seu prédio.

Ele parecia mais com o Mariano que ela estava habituada a ver - pelo menos ele estava mais calmo - ele não sorria, tinha a cara séria com as feições
fechadas mas ainda assim, era melhor que o Mariano alterado que ela tinha conhecido há momentos atrás.

Pararam entre um carro preto e um vermelho e ele agarrou a outra mão dela.

- Eu não quero que voltes a desconfiar da minha moral - disse ele com a voz abatida.

Ela assentiu apertando mais forte a mão dele.

- Eu fui estúpida ao tirar conclusões precipitadas e te conhecendo isso nem sequer deveria passar pela minha cabeça...

- Concordo - interrompeu ele cortando-a - que tipo de relacionamento seria o nosso se
desconfiarmos um do outro?

Ela piscou os olhos muitas vezes tentando perceber se aquilo tinha sido uma miragem ou algo do tipo.

Ele sorriu para ela, o seu rosto estava mais brando.

- Você achou que me incomodaria tanto se eu não gostasse realmente de você? - perguntou ele franzindo a testa.

Ela abriu os lábios para responde-lo mas ele foi mais rápido.

- Eu gosto de você, Sabrina. Muito! E me mata por dentro saber que você pensa tão mal de mim...

- Você gosta? - indagou ela interrompendo-o - tipo, gostar? Ou gostar gostar?

Ele sorriu, achando piada ao jeito animado dela.

- Tipo, assim...

Ele inclinou-se para frente entreabrindo os lábios e se aproximando para tocar os dela,
Sabrina não sabia como aconteceu mas o seu corpo respondeu automaticamente a ele se aproximando, ela apertou mais forte a sua mão esticando-se para alcança-lo, os braços dele soltaram as suas mãos e deslizaram para a sua cintura puxando-a para mais perto e diminuindo a distância entre os dois até sobrarem poucos centímetros entre eles.

As mãos dela subiam
lentamente até estarem em voltas ao seu pescoço.

Seus olhos fechavam-se lentamente esperando por ele vindo até ela. A respiração dele na sua face aumentando o calor que ela estava sentindo no momento, nos seus ouvidos ouvia um instrumental, não era uma sinfonia, mas sim o som de uma guitarra elétrica, ela sabia o que estava em jogo em beijar Mariano Alexandre, o primo da sua até então paixão, Omar Enitan, mas ela não se importava, naquele momento estavam apenas os dois, era ele e ela, no estacionamento, com
milhares de olhos intrometidos a observa-los.

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