Ato II
20
Eles dizem que apenas tolos se apaixonam, então, deve ser preciso ser extra tolo para continuar apaixonado por anos...
5 anos mais tarde...
Sabrina tinha acabado de voltar da África do Sul - sem a sua família - uma mulher adulta e independente traçando o seu próprio caminho.
Os 5 anos que passou fora, foram essenciais para que ela percebesse quem ela verdadeiramente era, ela gostou de tudo, do clima, da paisagem, dos parques de conservação animal e mais importante, gostou de estar longe. As pessoas tinham razão, a distância faz maravilhas ao coração.
Estava de volta ao apartamento da sua mãe naquela pequena centralidade, não planeava ficar por Angola por muito mais tempo, seu próximo destino seria a Suíça, ela sempre gostou do país e queria finalmente ir conhece-lo.
Mas, então se estava tudo bem para ela quando estava longe, por quê voltar?
A resposta a isso era simples, Sabrina conseguiu um emprego que não podia ignorar, faria maravilhas no seu currículo e seria sua porta de entrada para um grande corporação na Suíça, uma vaga de contabilista na AngoOils a maior empresa de extração de petróleo em todo país.
Estava fechando todas as cortinas.
Ela suspirou - estava satisfeita por ter mandado fumarem os vidros das janelas.
- Não achas que foi meio exagerado? - perguntou Tânia
- Não - respondeu Sabrina dando de ombros e sentando-se no sofá - gosto da escuridão.
- Ah. Sei - falou Júlia, incrédula - tens a certeza que não é por causa dele?
Sabrina ficou confusa, piscando os olhos repetidamente.
- Ele quem? Mariano? - perguntou, como se fosse um ultraje lembrar-se dele.
Júlia franziu a testa e olhou para frente.
Sabrina abanava a cabeça como se não soubesse de quem estavam a falar.
Vanessa soltou uma bufada de ar pela boca e sentou-se no sofá cruzando os pés.
- Por quanto tempo vais continuar a te esconder dele?
- Eu não estou a me esconder dele! - rebateu Sabrina, lembrando de quem estavam falando.
Todas olhavam para ela de uma maneira irritada.
Sabrina sentou-se no sofá dando-se por vencida.
- Eu não estou - insistiu, com a voz mais veemente.
Era de Omar que elas estavam a falar. O seu amor platónico que se mostrou não ser tão platónico no seu último momento. Omar tinha o seu próprio jeito de deixar recordações, esperando até o último dia para fazer o coração dela acelerar de maneira justificada, para leva-la ao céu e depois manda-la de volta a terra.
Ela gostou dele, porém, isso foi há 5 anos e eles já não eram os mesmos.
- Vocês são amigos, não? - perguntou Júlia, Sabrina assentiu - então, porque não?
- Porque não, Júlia! - retrucou Sabrina - Omar é coisa do passado, eu tenho John na minha vida agora.
Ela nunca tinha contado a nenhuma delas sobre John, por isso ficaram nitidamente surpreendidas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em Segredo
RomanceO amor por si não é complicado, o que na verdade o complica são as circunstâncias onde esse amor é criado. Omar e Sabrina estão nessa fase da complicação, o eterno vai ou não vai dos sentimentos, porque, é muito difícil saber o que se está a sen...