Novo Florescer

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Por mais que seja doloroso, por mais que seja amargo, as vezes temos que terminar ciclos, deixar para trás coisas ou pessoas que nos atrasam, é necessário flores murcharem para voltarem a florescer 

De repente era como se seus dias estivessem mais cinzentos.

Para alguns pode parecer estúpido tanta dramatização por algo que ele já sabia que sentia, mas, a verdade era que ele sentia isso e não tinha como evitar não sentir o que estava a sentir.

Nos últimos 5 anos, ele podia facilmente dizer que foi bem sucedido - os padrões de sucesso na sociedade Angolana são muito difíceis de alcançar por falta de oportunidades - ele tinha um emprego como Advogado na maior emprega de extração de petróleos do país e tinha apenas 22 anos - a maioria dos jovens empregados em grandes corporações tinha de 18 - 35 - e tinha conseguido isso se dedicando aos estudos, participando ativamente da vida universitária, abraçando cada oportunidade esperando que fossem A OPORTUNIDADE.

E no final, ele conseguiu, emprego estável, salário de 6 dígitos - o poder de compra de 1 Kwanza é inexistente, 50 Kwanzas é o preço de pastilhas - tinha um apartamento, embora o mesmo parecesse ainda uma tela em branco.

O seu apartamento ficava em um condomínio de luxo e ele era adornado por tudo exceto luxo.

Na verdade, apenas tinha uma cama e um sofá naquele apartamento - comia fora e assistia TV no portátil - fora os itens da casa de banho que já vinham com a casa.

Pensar em Sabrina o tinha deixado em um estado de espírito estranho, como se estivesse ficando doente, pensava nela durante a noite, perdendo o sonho e planeando coisas que sabia que nunca diria para ela.

Por vezes ligava o telefone e ficava fazendo scroll na página dela do Instagram, tudo para manter essa chama platónica entre eles viva e continuamente violenta.

Estava vestindo uma camisola interior branca e tinha uma toalha da mesma cor amarrada na cintura.

Ouviu alguém bater a porta - devia ser o entregador - foi abrir a porta - afinal, era o entregador.

Mas, não, era Catarina na porta.

- Catarina? - indagou como um murmuro exasperante.

- Muito bom ver-te também, meu amor - falou ela forçando sua entrada para dentro - não estás feliz em me ver?

Ele parou por um tempo, inclinando a cabeça para frente e cerrando o rosto.

- Muito - a ironia desenhada no seu rosto - O que fazes aqui?

Ela levou uma mão ao peito fazendo uma pose de choque.

- Desculpa?! - perguntou com o tom de voz ofendido.

- Desculpo-te, sim - respondeu ele apenas pelo prazer de irrita-la - o que fazes aqui? - repetiu fechando a porta atrás dele.

Ela pouso a sua mala no sofá, tirando a blusa para fora.

Ele ficou observando-a tirar a roupa. Era uma luta interna entre seus desejos carnais e aquilo que o seu coração tanto queria.

E não fácil para Omar recusar uma mulher como Catarina, ela tinha o corpo volumoso, com os seios enormes e um traseiro redondo - era a imagem da tentação de todo homem - e Omar sempre foi conhecido por ser um homem fraco contra os desejos da sua própria carne.

Ela estava em frente a ele com apenas a saia justa preta e o soutien azul claro prendendo aqueles mamões enormes.

- Eu tenho que te pedir que te retires - disse ele conseguia suprimir a sua ânsia - não quero me repetir.

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