capítulo 8

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Colin estava sentado no banco do balcão na cozinha de Penélope. Ela, por sua vez, cortava algumas verduras pra temperar a comida. Eles conversavam, riam e de vez em quando, quando ela tirava o olhar das panelas, trocavam olhares profundos.

- Aiii! - Penélope gritou após encostar na panela quente sem querer. Colin se levantou chegando nela em pouco passos longos.

- você tá bem? - disse preocupado pegando a mão dela e colocando em baixo da água corrente da torneira.

- eu tô bem. Foi só o susto. - disse ela desligando a torneira, assoprando os dedos que ardiam e seguindo de novo pros ingredientes.

- o que você tá fazendo? Vamos pro hospital - ele falou pegando a outra mão dela.

- Colin - ela conteve o riso - foi só uma queimadura simples. Não precisa.

- tem certeza? - ele perguntou e ela concordou olhando pra ele sorrindo. Tinha achado muito fofa a atitude dele. Por um momento achou idêntica aos protagonista de Dorama. - mas você precisa cuidar disso, colocar alguma coisa, não sei. - disse ele pegando a mão dela e beijando igual as mães quando os filhos caem. Penélope se perguntou quando eles tinham ficado tão próximos, tão juntos.

- eu só preciso refogar essas verduras e depois coloco uma pomada que eu tenho. - ela disse pegando uma vasilha.

- não. - ele disse tomando a vasilha da mão dela - você vai colocar logo. Eu termino de coxinhar.

- você sabe mesmo cozinhar? - disse ela, duvidando.

- tá duvidando das minhas capacidades? - disse ele colocando as mãos no balcão, uma de cada lado, deixando ela sem escapatória.

- não é isso - disse ficando vermelha - só não imagino, e... - ela disse olhando pros lábios dele que estavam perto demais.

- e... - disse ele, sorrindo com efeito que aquela proximidade causava nela, e se aproximando mais.

- você é a visit... - ele tomou os lábios dela num beijo. Leve. Intenso. Único.

- você me desafiou - disse se afastando e indo pro fogão olhar a comida. - agora vai colocar a pomada antes que piore.

Ela pegou a caixinha de emergência cheia de remédios e passou a pomada de queimaduras. Colocando uma atadura pra não sujar as coisas depois.

Quando ela voltou a atenção pra Colin ele terminava de cortar algumas coisas, que ela não conseguiu reparar o que era por estar concentrada demais nele. Nos braços com algumas veias saltadas agindo rapidamente enquanto cortavam com a faca afiada. Penélope engoliu em seco. Achou tão sexi, se sentiu uma adolescente pervertida. Ele devia realmente ter habilidade na cozinha considerando a agilidade que ele preparava as coisas.

- algo de errado? - ele perguntou fazendo ela voltar de seus pensamentos com uma cara de quem não tinha entendido - você tava me encarando - completou.

- ahhh sim. Não... - ela sorriu nervosa - eu  tava pensando. Aliás, sabe aquele momento que sua mente para e você fixa em um canto? - ele balançou a cabeça - pois é, foi isso. Eu tava olhando, mas não tava.

Ele sorriu. ELE SORRIU. E ela olhou pra boca dele, como se fosse um ímã pros seus olhos.

- aham - ele disse ainda sorrindo, vendo que ela continuava encarando ele. O jeito que ela o olhava estava o matando. Ele queria mais. Precisava de mais. Desde aquele beijo, ele só pensava nela, na boca, no cabelo bagunçado, na pele macia... Pensava que se com um beijo ela tinha rendido ele, com o resto... Ele afastou os pensamentos. Eles não iriam fazer aquilo agora. Tinha certeza disso.

Penélope era uma moça de pensamentos puros.

- tá tudo pronto - disse enquanto ela preparava a mesa.

- certo.

Se sentaram e ele esperou ela provar. Colocou o garfo na boca e arregalou os olhos jogando a cabeça pra trás e olhando pra ele logo em seguida.

- meu Deus, Colin. - ela disse pegando mais um pouco - isso tá muito bom.

- eu levo os meus desafios muito a sério. - disse se gabando. Ela riu.

- estou falando sério. Que bom que eu não fiz a comida. Seria um pouco humilhante você provar ela sendo tão talentoso.

- eu sei, eu sei.

- bobo - ela disse rindo.

Terminaram de comer e ele recolheu os pratos indo lavar. Ela quis pegar das mãos dele mas ele apontou pros dedos dela com as ataduras.

- coloca uma música - ele disse - fazer as coisas da casa com música é sempre melhor.

Ela pegou o celular e colocou na playlist. Antes que ela pudesse escolher o dedo arrastou pelas músicas e ela acabou apertando you belong with me.

- você gosta da Taylor Swift? - ela perguntou.

- não costumo escutar, mas deixa essa aí - ele disse ansioso pra escutar o estilo musical dela.

- certo.

A música seguia rodando, Penélope lembrava do clipe da música, que ela já tinha assistido um milhão de vezes, a Taylor dançando no quarto e involuntariamente ela rebolou o quadril.

- você tá dançando? - ele disse se aproximando por trás, falando perto da orelha dela. Ela se arrepiou e levou um leve susto, pensava que ele ainda estava lavando os pratos, mas logo falou.

- efeito da música - ela disse dançando um pouco se virando pra ele que seguia o ritmo dela.

Penélope tinha certeza que de fosse a protagonista de algo, um livro, uma série, certamente seria uma personagem tímida que sempre que tentava fazer algo diferente passava vergonha. Isso se concretizou quando ela virou pra olhar pra ele e tropeçou nos próprios pés caindo pra trás, se segurando nele. Por sorte, ela caiu em cima do sofá fazendo ele cair por cima dela. "Pelo menos ninguém se machucou" pensou tentando aliviar a vergonha, que se desfez na hora que ela olhou pra ele. Ela se sentia incapaz de pensar, estando tão próximo. E a forma como ele olhava pra ela... Deus, ela se sentia tão desejada.

Ele a beijou, lento no início, mas depois ágil. Como se o desejo se tornasse necessidade. Ele desceu os beijos pelo pescoço dela e desceu pelo colo. Penélope sentia queimar cada local que ele beijava, que ele tocava e apertava.

- Colin - ela arfou

O celular dele tocou. Ele ignorou, continuando o trabalho. O celular tocou de novo e ele atendeu, relutante.

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