capítulo 11

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Era meia noite e Penélope ainda não tinha conseguido dormir. Se virava de um lado pro outro na cama, ansiosa, pensando em como aquilo tava indo muito rápido e como o rápido terminava da mesma forma que começava.

Não se sentia o suficiente, desde o Alfred na verdade. Se olhava no espelho e se achava feia, desinteressante, pensava que o único motivo pra Alfred se esforçar no relacionamento foi por uma questão de benefícios entre famílias.

Só tinha uma coisa nela que ela de fato se orgulhava: Lady Whistledown. Era um pseudônimo para os livros que ela escrevia.

Lembrava-se de como tudo começou. Tinha lido muitos livros de romance e se sentia inspirada. Então, no auge dos seus 17 anos resolveu começar a escrever um romance que se passava na era regencial.

Agatha sempre lhe emprestava livros de sua biblioteca que, por ser dona de uma editora, era muito grande.

Um dia ela pegou Penélope digitando no seu notebook e disse que queria publicar aquele livro.

Penélope aceitou e depois de completar seus 18 anos ele foi lançado. Ninguém sabia daquele segredo dela. No início ela achava que ninguém iria gostar, depois ela teve vergonha das cenas hot do livro e , por fim, ela se acomodou achando que aquela era a melhor opção.

O livro se tornou uma febre, virou o livro mais vendido da editora e o livro mais falado do ano. Atualmente, Penélope tinha escrito três livros desse universo e por incrível que pareça cada livro quebrava o Record de vendas do outro.

Sorriu orgulhosa, deitada na cama. Se levantou pra ir esquentar um leite e se olhou no espelho "porque ele ficaria?"

Colocou no fogo e ouviu um barulho da porta abrindo no apartamento no lado. Penélope ficou pensando quem poderia ser naquela hora, com quem Colin estaria. Se sentiu insegura.

- Penélope? - escutou uma voz baixa perto da porta.

- Colin - disse sorrindo e abrindo a porta. Não podia deixar o sentimento de que aquilo era temporário, que acabaria rápido, mas ainda assim queria aproveitar cada momento.

- vi a luz acesa por baixo da porta, tá tudo bem? - disse dando um beijo na testa dela - você fica linda de pijama - sorriu safado, olhando pra um botão que estava aberto, fazendo um belo decote.

- tarado - disse ela vermelha fechando e dando um soco leve no braço dele. - vim esquentar um leite já que não tava conseguindo dormir.

- tava pensando em mim? - sorriu convencido.

- se você quer se iludir dessa forma, não vou estragar seus devaneios. - respondeu  entrando pra tirar o leite que estava quase transbordando - é preciso muito mais que um beijinho pra roubar meus pensamentos - mentiu, sorrindo arrogante. Ela não parava de pensar nele desde o primeiro momento que ele voltou, mas admitir isso era outra coisa. "Ele é convencido demais pra isso", pensou sorrindo.

- muito mais é - disse ele, próximo demais - eu acho que posso fazer isso - sorriu e se aproximou, a beijando. Colocou ela um pouco mais pro lado, dando a segurança de que ela não iria se queimar, e pôs ela em cima do balcão.

A luz da lua entrava pela grande vidraçaria do apartamento, deixando tudo silenciosamente romântico. Aliás, o silêncio preenchido pelos seus suspiros, pela respiração pesada, que declarava em sons o quanto os dois gostavam daquilo e como eles queriam mais.

- Colin - arfou pegando nos cabelos dele. Ele sentiu o corpo arrepiar e ela se afastou - nós não podemos ir além disso. - disse ela recuperando a respiração.

- como? - disse beijando o pescoço dela, apertando levemente seus seios, fazendo ela se perder em seus pensamentos o puxando pra mais perto com as pernas, encaixando ele perfeitamente em seu corpo.

- tô dizendo que só vou fazer sexo depois do casamento. - disse por fim. Ele parou abruptamente, fitou seus olhos e ela pode ver de alguma forma um brilho no seu olhar.

- você é virgem - disse sorrindo e apertando a bunda dela. Ela engoliu em seco.

- sim - disse, tímida - de qualquer forma é melhor nós nos afastarmos agora. - ele sorriu mais abertamente e se inclinou pra perto.

- você precisa resolver seus conflitos internos Pen, você tá me puxando tão tentadoramente pra perto. - disse deixando escapar uma risadinha que ecoou por toda seu corpo, fazendo-a se arrepiar. Ela encostou a testa no peito dele.

- por que você sempre me faz corar de vergonha? - disse puxando a blusa dele pra perto, fazendo seus corpos se encaixarem mais uma vez e depois tirando as pernas que o seguravam perto. Ele a ajudou a descer.

- deve ser uma espécie de dom, não sei. Só sei que gosto de causa esse efeito em você. - beijou a bochecha dela.

- quer vinho? - disse ela tentando não corar de novo.

- quero.

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