Sábado
Renato:
Chegou a hora de ir embora. Provisoriamente, eu espero.
O projeto de preservação e cuidado de comunidades pequenas é um sucesso na minha visão. Entretanto, temos que ouvir o que os nossos superiores acham do nosso trabalho. Por isso, ganhamos cinco dias de folga e na segunda, teremos uma reunião com os chefões.
- Mal posso esperar para ver a Rafa. - Breno falou ao guardar uma calça na mochila. Eis um homem apaixonado por sua noiva. O garoto fala dela e, com ela, todos os dias, sem exceção.
- E os preparativos para o casamento? Como estão? - Valéria perguntou enquanto ajudava Félix a arrumar suas coisas. Mesmo que tenha ficado num alojamento diferente, a mulher veio ajudar o marido que, como sempre, súplica pela ajuda dela em tarefas simples como dobrar roupas.
- Ah, já está tudo definido. Vamos casar no civil para economizar. Decidimos fazer uma viagem nas nossas férias. É bem melhor.
- Falou como um homem de verdade, Breno. Parabéns! - Felix zombou.
- Uma hora ou outra ele precisa amadurecer. - Wellington jogou um travesseiro em Breno e gargalhou ao passar pela porta.
- Senhor, que venha alguém mais novo que eu pra eles me trocarem e passarem a implicar com ele. Por favor. - Envolto no drama, Breno olhou para o alto e ergueu as mãos como se estivesse orando.
- Do jeito que as coisas andam lá em cima, é capaz de ninguém querer se formar como bombeiro. - Carlos falou, iniciando um debate sobre a atual situação da corporação.
Escutei tudo em completo silêncio, apenas focando em arrumar minhas coisas. Confesso que fico preocupado por ter que ir embora. Mesmo que seja por uns dias, voltar para casa significa adiar a resolução de certos processos que eu prometi para Deus que iria resolver assim que chegasse na cidade. Não vai ser fácil. E outra, tem o temor pela comunidade ficar desprotegida. Por mais que não tenhamos mais incidências de tentativas de incêndios propositais, ainda não fico tranquilo.
- E você, Renato. Tem alguém que esteja ansioso para ver? - Valéria se aproximou para me entregar uma camisa minha que estava com Félix.
- Eu? Ah, valeu. - agradeci pela roupa. - Bom, tem a minha mãe.
- Ãhn, o filhinho da mamãe. - Brincaram.
A verdade é que nem isso me deixa ansioso para voltar. Claro que eu quero ver minha mãe e sinto muito falta dela, mas o caminho que tenho que percorrer para encontrá-la é dolorido. Preciso passar pelo meu pai primeiro. Foi o que prometi.
- A mãe e a Giovanna... - Breno murmurou.
Deixei um sorriso escapar e fechei a mochila.
- A professora? Ah, mais claro do que água. - a voz de Félix saiu num tom provocativo.
- Enquanto vocês ficam jogando conversa fora, eu já terminei de arrumar minhas coisas. - Desconversei, sustentando o peso da mochila no ombro. Meus olhos percorrem o chão em busca do meu capacete, enquanto meus companheiros continuavam conversando. - Alguém viu meu capacete por aí?
- Não é aquele que você deixou com o Thiago? - Breno se virou para mim.
- Puts. - bato a mão na testa. - Não posso ir no quarto dele agora.
Thiago provavelmente está dormindo e não vai ser bom acordá-lo. Rosane me convenceu a não contar nada nem para ele e nem para as crianças, então não pode haver alarde. Talvez ela consiga pegar o acessório pra mim.
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O Poder de um Resgate 🛟 - Romance cristão
Spiritual#1 - Melhores livros Minha primeira história publicada, já peço perdão pelos erros 🥲 Se apaixonar, significa entender que seu coração pertence a outra pessoa Ser cristão, significa entregar seu coração a Deus Tragédias não ligam pessoas, Deus faz...