Giovanna:
Não suporto despedidas. Sei que já falei isso, mas preciso reforçar. Meu coração se encontra em pedacinhos desde de ontem à noite. Achei que seria mais fácil lidar com a partida, mas me enganei.
A noite de ontem foi tão mágica que se eu pudesse voltaria no tempo para vivê-la novamente. Estar com essas pessoas foi uma experiência inesquecível. Minha mãe tinha razão quando falou sobre esse lugar. Não posso deixar de agradecer a Cléber por ter me convidado para vim.
Sorri, meio triste, enquanto arrumava a sala junto às outras garotas. Permaneci alheia à conversa dela, pois estava presa no sentimento que logo se transformará em saudade.
- Ei, Gi! Tá esquecendo de dobrar o colchão. - Silvia me advertiu enquanto fechava sua mochila.
Franzi o cenho, mas depois olhei para baixo e vi que o pequeno colchonete estava ficando para trás. Balancei a cabeça, tentado dispensar a tristeza.
- É mesmo, Silvia. Obrigada por avisar. - falei meio confusa enquanto me abaixei para arrumar o colchão.
Benditas poças de água nos olhos.
Minha visão ficou turva por causa das lágrimas que insistiram em aparecer de repente. Funguei e apertei os lábios para impedir que elas caiam. Estava tão nervosa e triste que me embolei toda ao enrolar o objeto de dormir.
- Amiga... Você está bem? - Karen se ajoelha ao meu lado e passa as mãos nas minhas costas.
- Tô sim, Karen. - passei a palma da mão no olho direito onde uma lágrima escorreu. - Eu acho que me apeguei demais a esse lugar.
Minha amiga envolveu meus ombros com o braço e encostou sua cabeça na minha de lado, sem dizer nada, apenas me consolando.
A sala que usamos estava quase desocupada. Todos os colchões estavam enrolados, as bolsas e mochilas cheias dos pertences das garotas que já estavam de pé, quase prontas para sair.
Quebrando o silêncio entre nós duas, Karen falou baixinho:
- O Renato está lá fora. A Tati falou que já faz um maior tempão que ele não para de andar pra lá e pra cá ali na frente. Vai lá falar com ele que eu arrumo o resto das suas coisas.
Concordei com a cabeça, passei a mão sobre o rosto e me levantei, super agradecida pelo apoio de Karen.
Ele já havia falado que queria conversar comigo. Acredito que chegou a hora.
- Valeu amiga. Não vou demorar.
Dei um leve sorriso e fui caminhando até a porta. Segurei a maçaneta e abri-a lentamente, sentindo o vento fresco da manhã no meu rosto.
Lá fora, Renato estava de pé com os braços cruzados diante do peito. Vestido com a camisa vermelha, a calça bege cheia de bolsos e a bota preta, ele permanecia parado como se estivesse fazendo guarita na frente do alojamento. A expressão seria e o morder do lábio inferior denunciavam uma sua inquietação.
Ao ranger do degrau da varanda, ele ergueu o olhar para mim e abaixou os braços, como se estivesse aliviado. Caminhamos um ao encontro do outro. Enquanto Renato parecia ser mais confiante em seus passos, os meus tremiam, feito gelatina.
- Está me esperando a muito tempo? - perguntei colocando as mãos no bolso do jeans, cerrando os olhos para qualquer ponto atrás de Renato.
- Desde ontem a noite. - ele falou com tranquilidade.
Arregalei os olhos e isso fez com que ele corrigisse sua fala.
- É que eu não consegui dormir, então meio que estou te esperando desde que nos despedimos.
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O Poder de um Resgate 🛟 - Romance cristão
Spiritual#1 - Melhores livros Minha primeira história publicada, já peço perdão pelos erros 🥲 Se apaixonar, significa entender que seu coração pertence a outra pessoa Ser cristão, significa entregar seu coração a Deus Tragédias não ligam pessoas, Deus faz...