Capítulo 34

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Meu Deus, que dor de cabeça...!

Que droga de dor! Mas que droga de...!

Bipes altos começavam a me incomodar. Sentia meu peito doer, minha garganta em brasa, algo preso no meu nariz e não conseguia me mover. Mas que droga! Por que estava tão escuro?!

Ouvi uma porta se abrindo e passos. Tá, eu tinha certeza de que tinha alguma coisa cobrindo os meus olhos. Por que meus olhos estavam cobertos?!

— Frau, respire fundo — uma voz desconhecida de mulher chamou minha atenção. — Você está segura, está tudo bem. Você está em um leito de hospital no momento, okay? Imagino que esteja sentindo um enorme desconforto, mas não se preocupe, estamos cuidando de você.

— Quem colocou a venda nos olhos dela? — ouvi uma outra voz de mulher.

— Não sei, depois resolvemos isso.

Senti dedos em meu rosto e eu finalmente pude abrir meus olhos.

Mas tudo era um borrão, como se estivesse enxergando o mundo através de um vidro embaçado de vapor. O quarto estava escuro, felizmente. Quando tentei tocar meu rosto, senti que alguma coisa segurava meus pulsos.

— Fique calma. Nós tivemos que amarrar seus braços e pernas porque você estava se machucando. Tente não se mover muito ainda, okay?

Encarei o rosto embaçado de uma boneca pálida de cabelos negros presos enquanto ela se movia, e a outra mulher pálida de cabelos loiros.

— Você sabe que dia é hoje? — senti minhas pernas ficando livres.

Neguei com a cabeça.

— Sabe qual é o seu nome?

Meu nome? Hm... Ah!

— Hana — e logo me arrependi de tentar falar.

— Perfeito, Frau Hana. Você se lembra de antes de acordar aqui?

Neguei com a cabeça. Ela falou alguma coisa para a outra mulher e eu não entendi, mas a vi se afastar.

Algum tempo depois um médico apareceu e me fez mais algumas perguntas. Eu me sentia cansada, com sono, mas com dor e frio. Alguém disse alguma coisa sobre uma sonda em algum lugar. Alguma coisa sobre um incidente nas Minas Ironsplinter. Eu só queria dormir.

Eu fechei os meus olhos e quando abri de novo...

A dor de cabeça estava um pouco melhor, acho, mas ainda sentia uma pressão nela. Eu estava com frio. Não havia cânula no meu nariz, mas ainda tinha um oxímetro no meu indicador e uma intravenosa no meu braço. Meu Deus, como eu odiava agulhas! Que ódio!

Eu estava com uma sensação estranha abaixo da cintura. Quando ergui o lençol, eu quis morrer. Alguém tinha colocado uma fralda em mim.

Afastei o lençol e forcei minhas pernas bambas a funcionar. Eu me recusava a passar aquela vergonha do cacete no hospital. Me livrei do oxímetro e comecei a brigar com os esparadrapos pra tirar a intravenosa do meu braço, só que fiquei com medo de tirar a agulha e sangue esguichar pra todo lado. No fim das contas levantei da cama arrastando o suporte da bolsa de soro - ao menos eu achava que era soro, para ir ao banheiro me livrar daquela coisa ridícula entre as minhas pernas.

Quando abri a porta do banheiro, dei de cara com um espelho, e...

Huh...?

Por que minha cabeça tava enfaixada, e...?

Minha dor de cabeça. Minha visão ainda pior do que antes. Comecei a tirar a faixa e senti enjoo ao ver que parte da minha cabeça estava sem cabelo e havia um monte de grampos ali. Grampos?! Grampos na droga da minha cabeça por quê?!

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