Capítulo 31

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— Você só pode estar zoando.

— Receio que não.

— Esquece! De jeito nenhum eu concordo com isso!

— Com todo o respeito, Rodrigues: sua opinião é irrelevante para a missão.

Eu arfei indignada o encarando e tentando resistir à vontade de esganá-lo ali mesmo.

— Se a droga da minha opinião não importa, por que me colocou na liderança?!

— Porque você era essencial para entendermos o motivo disso tudo estar acontecendo.

— O que mudou? — Eric o encarou.

— Nós já descobrimos o motivo.

— E qual é?

— Nem se atreva a falar! — censurei Jake, pegando o copo sobre a mesinha de cabeceira, erguendo-o como ameaça.

— Não tenho a menor intenção de falar sobre isso. O que descobrimos é algo sobre o qual a própria Hannah terá que falar com a polícia.

— Sei que todos estão com os ânimos exaltados, mas... — Sam, ao lado de Jake, chamou a nossa atenção. — Quanto antes nós formos, melhor.

— Tá, primeiro de tudo, cadê as minhas roupas? — olhei ao redor, largando o copo de volta na mesinha.

— Uh... — Eric esfregou a nuca, desviando o olhar. — Os paramédicos tiveram que cortar...

— Minha camisa favorita do Banana Fish?!

— Você tá preocupada com uma camisa? — Sam arqueou uma sobrancelha, descrente.

— É do Banana Fish!

— Eu trouxe roupas pra você — Phil se agachou ao lado da cama, tirando uma mochila dali de baixo.

— Tá, me deem cinco minutos e vamos lá.

— Lá onde? — Richy, atrás de Eric, me encarou.

— Pra floresta, óbvio!

— Primeiro de tudo: a floresta é enorme e só a gente não basta. Segundo: nós nem sabemos onde exatamente elas podem estar e terceiro: estamos no meio da noite.

— Eu tenho uma ideia de onde estão, e teremos que nos dividir pra procurá-las.

A porta do quarto se abriu de novo, pegando todos de surpresa quando vimos Lilly, Cleo e Thomas entrando. O meu monitor começou a acelerar enquanto eu me tremia de raiva.

— Quem foi que disse que você pode entrar, filho da puta?! — esbravejei o encarando. — Sai, porra!

— Viemos porque estamos todos preocupados com você e com Dan, Hana — Cleo tentou intervir.

— Não quero saber da preocupação de vocês! Quero que você pegue o seu amiguinho e suma da minha frente! — comecei a puxar o esparadrapo que mantinha a agulha na minha mão para o soro.

— Que bicho te mordeu?! — Lilly franziu o cenho.

— A falsa da sua irmã! — puxei a seringa de uma vez, no que Phil tentou segurar minhas mãos e eu tive que ameaçar furá-lo com aquela porcaria. Ele fez um gesto de rendição e se afastou, os demais me olhando com medo. — Nós vamos encontrar aquela traidora do caralho e eu vou sumir daquela maldita cidade, entendeu?! — encarei Lilly. — Volte pra casa e diga ao seu querido pai que da próxima vez que ele tentar minar um trabalho meu eu lembrarei a cidade inteira do que ele fez!

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