Capítulo 10

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Aviso de conteúdo: um hotzinho de leve.
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Richy disse mais uma vez que eu ficasse à vontade em sua casa e eu decidi que era hora de tomar um bom banho quente para dormir, deixando a garrafa intocada de vodca para outro momento. Estava sem ânimo para comer ou beber naquele momento, ignorando todas as ligações e mensagens no chat do grupo e as privadas. Não tinha a menor condição de explicar eles o que tinha acontecido naquela noite, precisava organizar meus pensamentos antes de falar qualquer coisa.

E depois do banho, quando fui procurar por roupas para dormir, percebi que não havia trazido nada muito modesto, considerando onde dormiria. A camisola preta de malha era consideravelmente curta e decotada e o tamanho dos meus peitos também não colaborava para evitar o constrangimento. Se eu tivesse dormido em Stuttgart sozinha ou mesmo em casa não seria problema, porém...

Enquanto eu pensava se deveria me cobrir com um lençol antes de sair do quarto, ele bateu à porta.

- Tudo bem aí?

Queria ser honesta, mas por que preocupar ainda mais aquele raio de sol com problemas meus?

Apenas me aproximei da porta e a abri, sendo arrasada pelo misto de sentidos que me arrebataram de uma só vez, mesmo sem eu enxergar direito sem meus óculos.

Richy usava nada além de boxers pretas, as coxas de marfim bem torneadas, como era de se esperar de um mecânico jovem, e uma camisa cinza com a logo da oficina que talvez fosse justa demais e salientasse os músculos de seus braços. Os cabelos estavam penteados e o cheiro de colônia doce não era o tipo de coisa que imaginei que ele usaria antes de dormir.

De repente eu não conseguia me mover, incerta do que deveria fazer ali ou o que deveria dizer. Engoli a seco. Eu sabia que ele era um partidão, mas não dei tanta atenção a isso antes porque...

Bom, porque éramos amigos.

- Desculpe, eu... - pigarreou. - Só queria saber se estava tudo bem.

- Está, sim, valeu, Richy.

O que eu deveria fazer? Por que de repente eu me esqueci de como funcionar?

Meu Deus, como eu era patética!

- Eu... Talvez não tenha sido totalmente honesto com você... - se aproximou mais um pouco. - Sobre as minhas intenções...

- Hã...?

- Eu te disse que não era um santo - deu mais alguns passos, mas não recuei, engolindo a seco. - Sendo honesto, realmente honesto, estou feliz que Hawkins pisou na bola com você.

Que diabos estava acontecendo ali?!

Em minha cabeça havia um alarme soando: "é uma aposta entre eles e você vai cair como uma pata!". Mas não consegui verbalizar nada porque eu simplesmente não conseguia aceitar o que estava ouvindo.

- Eu gosto de você, Hana.

- Eu gosto de você também, Richy.

- Não só como amigo.

Hã? Minha cabeça estava girando.

- Pensei que gostasse da Jessy...

- Muito tempo atrás, sim - estava parado bem à minha frente, se curvando sobre mim, a centímetros do meu rosto. Não tinha me dado conta de como ele era alto perto de mim até aquele momento. - Isso mudou quando eu te conheci.

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