Somos iguais!

1.1K 84 17
                                    

- O que porra você fez, Matteo? - Falcone me questionou ao ver o sangue dela em cima do lençol. Ele abriu as faixas e os pontos dela haviam abertos por completo - merda! Sabe a dor que essa criança vai sentir quando acordar? Porque não consegue segurar a porra do seu pau?

- Faça logo os pontos, antes que a garota fique sem sangue! - rosnei impaciente com esse velho filha da puta!

Ele rosnou e começou a fazer o procedimento, mas eu sabia, pelo olhar dele, que ele ainda tinha mais para falar.

- Terminei! - falou irritado - Você precisa fazê-la tomar o antibiótico e os analgésicos, além de limpar bem a ferida para não infeccionar. Já ajuda se você guardar a porra do pau! - ele rosnou.

- Se já terminou saia! - rosnei pra ele.

- Você vai acabar como ela, Matteo! - ele me olhou preocupado.

- Cale-se! - rosnei com raiva, já sabendo o que ele iria falar.

- Você sabe que eu estou certo! - rosnou - precisa tratar isso antes que acabe como ela, Matteo, matando inocentes e depois se matando, quando a loucura tomar você por completo!

- Saia Frederic! Antes que eu lhe mostre o quanto eu já sou pior que ela! - falei baixo e ele me olhou assustado!

- Não machuque essa garota só para satisfazer sua psicopatia, Matteo. Sua mãe deixou a loucura a consumir e acabou daquele jeito. - suspirou frustrado.

- Eu sei o que estou fazendo! Agora saia antes que eu o coloque para fora! - rosnei.

Ele me olhou com raiva e saiu. Rosnei com raiva por ele ter falado sobre ela. Ninguém podia falar dela, não para mim. Minha mãe era incrível, mesmo com a loucura dela. Eu e ela temos o mesmo transtorno, somos iguais de uma forma doente e maravilhosa, e eu não tenho nada que mudar!

Olhei a garota dormindo sedada e as lembranças da minha mãe, nesse mesmo estado, me atingiram com força, fazendo a raiva me consumir! Enchi meu copo mais uma vez e bebi, sentindo o líquido arder, assim como minha cabeça ardia, tentando afastar as memórias que eu havia trancafiado no fundo da minha mente a anos e agora voltava a me atormentavam, me deixando elétrico e ansioso.

Fui até meu closet, vesti minha roupa de treino e desci as escadas até o porão. Precisava tirar de mim a adrenalina que me consumia, antes de matá-la e me arrepender!

A ilha onde moramos é uma espécie de fortaleza, cheia de túneis subterrâneos que ligam nossas casas, além de várias rotas secretas de fulga. Nesses túneis há vários tipos de salas de treinamento diferentes, desde academia à estande de tiro, quartos para descanso e um consultório, onde Frederic trabalha. Além, é claro, do meu calabouço, onde colocamos nossos prisioneiros e onde fica a sala de tortura, preferida do shammuel.

Quando cheguei a uma das salas de treinamento, Shammuel já estava no ringue socando alguns dos homens e no chão, ao lado do ringue, haviam alguns deles, desmaiados. Sorri e subi No ringue e o homem nas mãos dele foi jogado em baixo, e ele abriu um sorriso para mim.

- Não vou pegar leve porque voce é o chefe! - ele rosnou.

- Como se você pudesse ganhar de mim! - rosnei  passando a faixa por minhas mãos, que um dos treinadores me entregou.

- Você passou 22 anos sem treinar de verdade, velho! - o olhei com raiva por me chamar de velho e o filho da puta riu - Aquela brincadeirinha de criança que você estava é diferente disso aqui e voce sabe!

- Esse velho vai chutar seu rabo, filho da puta! - rosnei e sorri.

Meia hora depois nós já estávamos suados e com algums machucados no rosto, mas ainda  lutavamos. Os homens que treinavam pelo local, rodearam o ringue e gritavam palavrões, alguns torcendo por mim e outros por ele!

Padre Cameron - Renda-se ao Pecado...Onde histórias criam vida. Descubra agora