Amor Próprio: Ainda em Construção

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     Amar a si mesmo é como tentar montar um quebra-cabeça sem a imagem na caixa. Às vezes, você acha que encontrou a peça certa, mas ela simplesmente não se encaixa. E quem diria que o amor próprio é um quebra-cabeça de mil peças? Cada peça representa uma pequena vitória ou um aprendizado doloroso, uma aceitação de um defeito ou a celebração de uma qualidade. E, honestamente, às vezes parece que estou tentando montar esse quebra-cabeça no escuro, com peças que parecem ter vida própria.

Confesso que ainda estou na fase de montar as bordas. Tem dias que eu penso: "Sim, eu sou incrível!", mas em outros dias... bom, tem aqueles momentos de recaída. Ainda não aprendi a me amar 100%, e tudo bem! 

Às vezes, me pego olhando para o espelho e vejo mais as falhas do que as qualidades. E em outras vezes, sinto que posso conquistar o mundo, tipo Beyoncé. 

Como aquele garoto, que virou meu mundo de cabeça para baixo. Eu me vi amando mais a ele do que a mim mesmo, como se minha felicidade dependesse de cada mensagem que ele me mandava. Ridículo, né?

Estava tão envolvido em agradá-lo, em ser perfeito para ele, que esqueci de uma regra básica: primeiro, ame a si mesmo. E isso não é um clichê vazio, é a base de qualquer relacionamento saudável. Porque quando você se coloca em segundo plano, começa a perder partes de si mesmo e, antes que perceba, está vivendo uma versão diluída da sua vida.

     Mas sabe o que é engraçado? Mesmo com essas recaídas, eu sei que me amo mais do que muitas pessoas se amam. Sei que estou em um bom caminho, mas ainda há trabalho a ser feito. Cada dia é uma nova oportunidade de aprender, de me aceitar um pouco mais, de perdoar meus erros e celebrar minhas vitórias. E isso é um progresso. Isso é parte do processo.

É meio como um daqueles exercícios de academia que você faz e sente que vai morrer, mas no fundo sabe que é para o seu bem. Estou aprendendo a me amar, peça por peça, e sei que já estou bem à frente de muitas pessoas. Tem gente que nem começou a montar o quebra-cabeça delas!

     A realidade é que o amor próprio não é uma linha reta, é uma montanha-russa com altos emocionantes e baixos desafiadores. E às vezes, essas recaídas são um lembrete de que ainda estou no caminho, mas que ainda preciso caminhar mais.

     E não vamos esquecer das lições que a vida nos ensina. Como aquela vez que decidi sair com um cara só porque ele parecia perfeito no papel. Sabe, aquele checklist mental de "alto, bonito, inteligente"? Pois é, ele era tudo isso, mas faltava uma coisa crucial: a capacidade de manter uma conversa decente sem parecer um robô programado para dizer "sim" e "não". Depois de alguns encontros, percebi que estava me forçando a gostar de alguém só porque ele atendia a certos critérios, e não porque havia uma conexão genuína. Foi aí que entendi que mereço alguém que faça meu coração vibrar, não apenas alguém que preencha uma lista.

O amor próprio também significa estabelecer limites. Lembram-se do garoto que eu gosto e do seu ex tóxico? Às vezes, precisamos dizer não, mesmo que doa. Precisamos priorizar nosso bem-estar e nossa sanidade. E isso é amor próprio na sua forma mais pura. É saber quando se afastar, quando deixar ir e, principalmente, quando se escolher.

     E claro, há os momentos de indulgência. Como aquela tarde chuvosa de domingo em que decidi que merecia um Spa Day em casa. Banho de espuma, velas aromáticas, máscara facial e minha playlist favorita tocando ao fundo. Porque amar a si mesmo também é sobre se mimar, se tratar bem e se dar um pouco de carinho. Afinal, se não fizermos isso por nós mesmos, quem fará? Então, mesmo que ainda esteja aprendendo a me amar completamente, sei que estou no caminho certo. Cada dia, cada escolha, cada pequena vitória me aproxima mais da pessoa que quero ser. E sabe de uma coisa? Estou adorando essa jornada, com todos os seus altos e baixos, risos e lágrimas. Porque no final, o amor próprio é sobre isso: uma jornada contínua de autodescoberta e aceitação.

     Eu sei que ainda tenho muito o que aprender. Quero chegar ao ponto onde cada peça se encaixa sem esforço, onde eu posso olhar para o meu reflexo e ver um quadro completo de amor próprio. Eu estou bem assim, mas quero mais. Quero me amar tanto que qualquer amor que vier depois seja só um bônus. Afinal, quem disse que montar quebra-cabeças não pode ser divertido?

E enquanto continuo montando esse quebra-cabeça, sei que cada peça encontrada é uma celebração de quem sou e de quem estou me tornando. Porque, no final das contas, mereço todo o amor que posso dar a mim mesmo. E isso, gente, é a verdadeira essência do amor próprio.

Entre Amores e Desilusões: Confissões de um Coração InexperienteOnde histórias criam vida. Descubra agora