Existe algo curioso sobre as conversas entre amigos, especialmente quando nos encontramos em meio a um turbilhão emocional. Ontem, enquanto discutia minhas desventuras amorosas com minha amiga, ela trouxe uma luz reveladora sobre minha recente experiência. O que ele fez comigo? Isso tem nome e sobrenome: love bombing seguido por ghosting.
Para os desavisados, love bombing é quando alguém te envolve com uma avalanche de carinho, atenção e juras de amor no começo de um relacionamento, te fazendo sentir no topo do mundo. É aquele tipo de romance de tirar o fôlego que te faz acreditar que encontrou sua alma gêmea. Então, como um truque de mágica, essa pessoa desaparece – ghosting. Sem explicações, sem despedidas, apenas um silêncio esmagador que te deixa perdido e sem rumo.
Vamos ser sinceros, quem nunca caiu na armadilha de um love bombing? Aqueles primeiros meses intensos, cheios de mensagens de bom dia, presentes inesperados e declarações apaixonadas. É como viver em um conto de fadas moderno, mas será que estamos nos iludindo? Será que essa explosão de afeto é genuína ou apenas uma forma de manipulação emocional?
A parte assustadora é que, no momento, tudo parece autêntico. Você se sente especial, único, como se finalmente tivesse encontrado alguém que vê o seu valor. Mas, quando o love bombing se dissipa, você fica se perguntando: era amor de verdade ou apenas um jogo?
E então vem o ghosting. Um dia você está trocando mensagens apaixonadas, no outro, um silêncio ensurdecedor. O que aconteceu? Onde foi parar aquele carinho todo? Será que foi algo que eu disse ou fiz? As dúvidas começam a corroer a sua paz de espírito.
É um sentimento horrível, quase como se tivesse sido descartado sem aviso. Você relembra cada conversa, cada encontro, procurando por sinais de alerta que talvez tenha ignorado. Mas, na maioria das vezes, a resposta é simples: não era sobre você, era sobre ele. O ghosting é uma saída covarde de quem não tem coragem de enfrentar os próprios sentimentos – ou a falta deles.
Nunca pensei que passaria por isso. Sempre acreditei que estava acima desses joguinhos. Mas, como dizem, sempre há uma primeira vez para tudo. Talvez seja o karma me alcançando. Certamente, já devo ter feito algo parecido com outros caras no passado, mas nunca com alguém por quem estava tão envolvido. Sim, o universo tem suas formas peculiares de nos ensinar lições.
Mas prefiro ver isso como karma voltando para mim, em vez de o universo conspirando contra mim. O karma é implacável, e estou certo de que ele também terá o que merece, ou talvez já esteja tendo. De qualquer forma, não guardo rancor. Quero que ele encontre a luz na vida dele e seja feliz. Porque, no fim das contas, sei que este capítulo se encerrou.
A vida tem um jeito engraçado de nos pregar peças. Esse garoto despertou em mim um sentimento que eu achava que não existia. Foi maravilhoso e doloroso ao mesmo tempo. Mas, acima de tudo, me fez perceber que quero sentir esse tipo de emoção novamente – só que, da próxima vez, com alguém que retribua.
As pessoas dizem que não querem passar por essas experiências ruins novamente. Claro, a parte ruim é péssima. Mas a parte boa... ah, essa parte é indescritível. E, se for recíproco, vale cada momento. O problema é que, muitas vezes, nos vemos presos em situações que claramente não têm futuro. Insistimos por pura teimosia ou esperança.
Recentemente, ele disse que não vai mais para a viagem para Gramado. Meu subconsciente, teimoso, ainda nutre uma esperança absurda de que ele mude de ideia e apareça de última hora. Sei que adoraria tê-lo lá, mesmo que só como amigo. Mas, realisticamente, sei que isso é quase impossível. Preciso parar de alimentar essas fantasias e aceitar que ele não estará lá.
É curioso como sempre nos apaixonamos pelas pessoas erradas. Aquele cara que faz tudo por você, você não quer. Mas o que te faz mal, você deseja com todo o coração. É um ciclo vicioso até que finalmente encontramos a pessoa certa – ou pelo menos achamos que encontramos.
Para finalizar, lembre-se: a vida é uma série de capítulos. Alguns são doces, outros amargos. Mas todos têm um propósito. E, no meio de todas essas experiências, aprendemos e crescemos. Então, aqui estou eu, pronto para virar a página e começar um novo capítulo. E quem sabe o que o futuro reserva? Porque, no final das contas, somos todos protagonistas da nossa própria comédia romântica.
Então, aqui vai uma reflexão final: será que estamos dispostos a abrir mão das nossas fantasias de contos de fadas e aceitar a realidade como ela é? Ou continuaremos a nos perder em amores que só existem em nossas mentes? A resposta pode não ser simples, mas talvez, no meio dessas dúvidas e desilusões, encontremos a verdadeira essência do que significa amar – e ser amado.
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Entre Amores e Desilusões: Confissões de um Coração Inexperiente
Kurgu OlmayanEste é o meu desabafo sobre a montanha-russa de emoções que vivi aos 24 anos, quando me apaixonei pela primeira vez. Narrado no estilo descontraído e perspicaz de uma coluna de revista, conto minhas experiências, desilusões e o que aprendi sobre o a...