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POV Isabelle:

Embarquei num barco ontem á noite, com destino a Londres.

Me despedi de meus 3 irmãos e dos meus pais, e parti.

Minha mãe é francesa e se mudou com 14 anos para Londres para aprender os costumes da alta sociedade londrina e casar.

Ela, evidentemente, se apaixonou por meu pai. Eles acabaram casando, se mudando para Paris, e ter 4 filhos.

Minha mãe queria que eu fizesse o mesmo á dois anos atrás, quando completei 14 anos.

Mas só hoje, quatro dias depois do meu aniversário de 16 anos, é que estou indo para Londres.

Para fazer exatamente o mesmo que minha mãe.

Aprender os costumes ingleses, entrar na sociedade como debutante e casar.

Não deveria ser difícil.

Mas tenho a certeza que se fosse qualquer um dos meus irmãos poderia viajar para uma das ilhas gregas e fazer a minha vida pintando retratos e quadros.

No entanto, nasci mulher, e é por isso que estou chegando a Londres e não a Atenas.

Felizmente, ainda tenho dois anos antes de me apresentar á alta sociedade.

Depois de seis horas de viagem cheguei a Londres. Minha tia, Lady Danbury, estava esperando por mim.

Não via ela á três anos, e nos temos comunicado por cartas desde então.

Sorri assim que a vi.

Nunca tive facilidade em socializar com a maioria das pessoas mas, Lady Danbury me ajudou com isso.

-Tia Agatha-Disse eu abraçando ela.

-Isabelle-Disse ela retribuindo o abraço.

-É Isa, não Isabelle-Disse eu.

Ela sorriu.

-Você está tão diferente-Disse ela-Vamos para minha casa, e depois, quando deixarmos lá a sua bagagem vou apresentar você Londres.

Chegámos a casa dela, e para além de deslumbrante era enorme.

Ela me mostrou meu quarto e as partes mais importantes da casa.

Depois disso, ela preparou a carruagem e fomos até um mercado em Londres.

-Espero encontrar umas aguarelas novas-Disse eu sorrindo.

-Ah, sim, esqueci de como você pintava e muito bem por sinal-Disse ela-recebi seus desenhos em todas as cartas que me enviou.

-O que achou?-Perguntei.

-Magnificos. Uns mais que outros, mas você tem qualquer coisa-Disse ela e eu sorri.

Chegámos ao mercado.

Minha tia Agatha foi falar com uma senhora que estava usando um vestido azul clarinho.

Foi andando pelo mercado com minha criada.

Até que cheguei a uma banca com vários instrumentos de pintura.

Vi umas tintas em tons bastante pigmentados, nunca tinha visto algo assim antes.

Quando eu as peguei alguém as agarrou também.

Levantei o olhar, tentando ver quem estava tirando aquelas tintas de minha mão.

Era um garoto, com os seus vinte anos talvez, com uma beleza notória mas não suficiente para me fazer esquecer da sua brutalidade quando tentava tirar as tintas da minha mão.

-Desculpe. Eu as peguei primeiro-Disse eu, ainda agarrando nas tintas.

Ele pareceu surpreso, talvez as Lady de Londres tivessem deixado a tinta ir, não sabia.

-Se as pegou primeiro porque eu ainda tenho a minha mão nelas?-Perguntou ele.

-Eu sou uma dama, você se tivesse o senso abdicaria dessa paleta e me entregaria, como os cavalheiros fazem-Disse eu sorrindo.

Ele largou a paleta finalmente.

-Obrigado-Disse eu e estendi o dinheiro ao vendedor.

O garoto irritante ainda estava ali.

-O quê?-Perguntei.

-Você pinta?-Perguntou ele e eu revirei os olhos.

-Claro, porque outra razão estaria comprando uma paleta de cores dessas?-Perguntei.

Ele era burro? Ou só estava se fazendo?

-Qual o seu nome?-Perguntou ele, parecendo estar se divertindo.

-Não precisa de saber meu nome, meu lorde-Disse eu fazendo uma pequena reverência quando percebi o estatuto dele, tal como Lady Danbury me ensinou-Devo ir, estou atrasada.

Fui embora andando mas consegui sentir o olhar dele até me afastar até longe.

Encontrei Lady Danbury, ela ainda estava falando com a senhora de vestido azul clarinho.

-...Mas venha ao chá da tarde amanhã, com ela, seria bom ela fazer amigas, talvez com uma de minhas filhas-Ouvi a senhora dizer.

-Veremos-Disse minha tia.

A senhora de azul foi embora e eu cheguei até minha tia.

-Conseguiu suas aguarelas-Disse minha tia vendo as tintas na minha mão.

-Sim, tive de discutir com um garoto um tanto presunçoso mas eu ganhei, e consegui essas tintas super pigmentadas, não são incríveis?-Perguntei mostrando as tintas enquanto andávamos até á carruagem.

-São, de facto. Um garoto presunçoso uhm?-Perguntou minha tia com um sorriso.

-Sim-Disse eu revirando os olhos-E convencido também, ainda bem que se foi.

Minha tia riu e eu ri junto com ela, antes de entrarmos na carruagem.

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Espero que tenham gostado do capítulo e boas leituras.

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