Às vezes a nossa cabeça foge do controle. Às vezes, nunca houve um certo controle para fugir. É certo dizer que todos nós buscamos sempre estarmos equilibrados em determinados momentos, mas existe equilíbrio quando junto à mente, envolve o coração? Quando além da razão, dos fatos, existe sentimento? Em uma balança entre o que eu quero e o que eu sinto, quem tem mais poder?
Lá estava eu, parada ao lado da porta. Quando a abri, Luck estava parado lá também, com uma cara de quem precisava acertar as coisas. Sei que nós sempre fomos amigos, mas tudo o que ele me disse, aquelas palavras doeram. Eu adoro ele, e já fui muito afim dele, mas às vezes, palavras são o que pesam mais.
- O que faz aqui? Não me diga que aquela briga já não foi o suficiente? - Falei em um tom de séria, olhando diretamente para ele, sem desviar o olhar.
- Não vim para brigar... Vim pedir desculpas. Podemos conversar? - Ele estava cabisbaixo. Talvez estivesse mesmo arrependido.
- Pode falar, mas seja rápido. - Respondi.
- Eu sei que fui duro nas palavras, e a grande maioria não queria que tivessem saído da minha boca. Me perdoa por ter sido insensível com você, e por ter me intrometido na sua vida, e no que faz. - Ele suspirou profundamente, e então continuou - A questão é que eu gosto de você, e não soube como dizer isso, de repente, comecei a te ver diferente, de uma forma que eu não sei explicar. - Concluiu.
- Olha, Luck... - Antes que eu pudesse continuar minha frase, ele me interrompeu.
- Emi, antes que diga algo... Eu só queria novamente dizer que sinto muito, pela forma como agi com você. Pelo meu comportamento infantil. Por ter constrangido você de várias formas. Queria achar um jeito de mudar tudo isso, mas não posso mudar o que já foi, só posso pedir para que me perdoe, e me dê mais uma chance de pelo menos ser seu amigo novamente. - O seu tom de voz, era tão vazio, tão calmo, tão raso. Dava para notar a tristeza em cada palavra que se era dita.
- Na verdade, eu ia dizer, que não sei bem o que dizer. Fiquei muito chateada com as coisas que você havia dito, e agora, me diz que sente algo por mim? - Falei, me sentindo uma completa idiota. Só pelo fato de estar considerando continuar minha amizade com ele.
- Não peço que me perdoe só por que disse que gosto de você, nem precisa me ver com os mesmos olhos que eu te vejo. Só quero que você me dê uma chance de poder ser um amigo melhor, de não repetir mais erros. - Ele concluiu, se aproximando mais da porta. Ficando bem próximo à mim.
- Eu posso dar mais uma chance para a nossa amizade. Já que está sendo sincero sobre o que sente, eu gostaria de ser sincera também. Eu já gostei de você, dessa mesma forma que você gosta de mim agora... - Comecei a me abrir com ele, mas ele me interrompeu novamente.
- Espera! Você também gosta de mim? - Questionou.
Por que ele tem esse hábito de interromper as pessoas, no meio de suas falas. Isso definitivamente me irrita.
- Eu disse, que já gostei. É uma pena que acabamos gostando um do outro em momentos diferentes. Eu te via com olhos que nunca tinha visto outra pessoa. Contava as horas para ir à escola, ou ficava sentada na rua na esperança de você aparecer e eu poder dizer um oi. Eu gostava de estar perto de você, por que você de certa forma, parecia que me completava. - Falei.
- Não acha mais que posso te completar? - Ele franziu a testa, e me encarou atentamente.
- Não acredito mais que quero ser completada...
Quando essas palavras saíram da minha boca, ele virou seus olhos de mim, para o chão. Se sentou na beira da minha porta. Ali ficou com seus pensamentos. Me sentei junto à ele, e continuei:
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O Outro Lado - O Segredo da Família Glarson
Детектив / ТриллерEmilly Glarson é uma garota de 16 anos, nascida em Chester (Nova Jersey). Aos seus 5 anos de idade seus pais morreram em um acidente de carro, consequentemente ela cresceu com a sua avó Clarice. Sua cidade tem uma reputação assombrada, Emi descobre...