O Outro Lado - O Segredo da Família Glarson

Capítulo 16- Preciso do meu melhor amigo.

Naquela tarde, me dei conta de que se não fizesse algo a respeito, iria perder a única família que tenho. Minha avó realmente não dizia coisa com coisa, mas não posso negar que suas palavras me intrigaram por dentro. O que aquele livro tem de tão especial e sombrio assim? Ao ponto de eu não poder abri-lo e nem ler? Parando para refletir melhor, a Srta. Berry me disse a mesma coisa, que não era para eu ler, mas sim o esconder. Esconder de quem? Do Lucas? Se for verdade o que ele diz, a minha avó deu seu livro para ele. Por qual sentido eu teria de esconder dele? Não pode ser ele, mas quem então?

- Emilly. – Luck me tira de meus pensamentos profundos e confusos.

- Oi, vamos agora? – Perguntei.

- Vamos. Eu te deixo em casa. – Disse ele, sorrindo atenciosamente.

- Posso ir junto? – Lucas se pronunciou.

- Não cara, você não pode. – Respondeu Luck.

- Olha... Sem brigas, por favor! Vou precisar de todo o apoio possível, então sim Lucas, você pode ir com a gente. – Falei.

Quando essa guerra entre eles dois irá acabar? Já estou ficando cheia disso tudo. Lucas parece estar nos perseguindo, e sempre aparece justo quando estou sozinha com Luck. Não que eu queira estar a sós com ele, mas parece proposital.

- Então vamos logo. – Disse Luck.

Saímos os três do hospital. Luck estava de um lado, e Lucas do outro. Eles podem até achar que não percebi, mas notei cada vez que eles se encaravam como se fossem bater um no outro ali mesmo. Essa briga entre eles não pode ser por minha causa, deve ter algo a mais. Caminhamos até um carro.

- De quem é? – Perguntou Lucas.

- Da sua conta com certeza não. – Respondeu Luck.

- Luck! Ele só fez uma pergunta. – Falei.

- Desculpe Emilly. – Disse Luck, fazendo uma pausa e encarando Lucas severamente. – Esse carro é do meu pai, ele me ensinou a dirigir ano passado. Achei que fosse uma boa vir com ele para não voltarmos de ônibus ou a pé para casa. – Respondeu.

- Obrigado por tudo o que tem feito. Sei que não sou de agradecimentos, nem tão gentil, mas eu realmente me sinto grata por toda a ajuda que tem me dado. – Sorri para ele enquanto entrava no carro.

Lucas entrou atrás e eu me sentei no banco da frente. Luck entrou, ligou o carro, me encarou de uma forma que que ainda estou estudando e então acelerou.

- Quer que o deixemos em casa Peterson? – Perguntou Luck.

- Não é necessário. – Lucas respondeu.

- Como não? Onde vai descer? – Luck insistiu.

- Vou fazer companhia para a Emilly, não acho uma boa ideia ela ficar sozinha depois de tudo que aconteceu. – Disse Lucas.

- Ela não irá ficar sozinha, eu estarei lá com ela não se preocupe. – Luck se esforçava para manter a calma.

- Pode até ser, mas eu vou estar lá para ela também. – Lucas por outro lado, não fazia nenhum esforço para manter-se calado.

- Nenhum de vocês dois ficarão comigo! Fim de papo. Quero paz, e não dois caras, que não se aguentam quietos um ao lado do outro. Ficarei SOZINHA! E ficarei BEM. – Gritei, para impor ordem no ambiente.

Os dois não ousaram dizer uma palavra. Ficaram totalmente quietos, o que eu achei que seria impossível, mas o impossível se realizou. Não demorou muito para que chegássemos. Lucas abriu a porta assim que o carro parou.