Capítulo 2 - Madison

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 Depois da morte dos meus pais, a única pessoa que eu tinha era Betty. A melhor amiga maluquinha e divertida da minha mãe, que fora a madrinha de seu casamento, a primeira pessoa que meus pais me apresentaram depois que sai do orfanato e o mais próximo que eu tinha de uma tia, já que meus pais eram filhos únicos.

Ela me ajudou a organizar todo o velório e o sepultamento e se ofereceu para ficar comigo pelo tempo que eu precisasse. Eu era muito grata por tudo que ela fizera por mim, ela era uma amiga muito querida da minha família e estava na maioria das memórias que eu tinha da minha infância. Ela tinha as melhores ideias para os temas das minhas festas de aniversários e adorava ajudar minha mãe a organizá-las.

Já tinha se passado 8 meses desde a morte dos meus pais e as coisas não tinham melhorados para mim, eu ainda não conseguia dormir a noite e não conseguia sair da cama durante o dia.

Abandonara a faculdade de direito e o estágio que conseguira. Os dias para mim eram todos iguais.

Certo dia, acordo com Betty invadindo e abrindo as cortinas blecaute do meu quarto.

— Não. Fecha isto. — disse cobrindo a cabeça com o edredom. Ela tinha as chaves da casa e sempre vinha me visitar, mas tinha o costume de me avisar antes, dando tempo de eu esconder toda a bagunça e fingir que estava tudo bem. Desta vez me pegara desprevenida

— Eu sabia. Sabia que você não estava bem, Madison. Olhe para você! — Disse Betty descobrindo minha cabeça

— Eu só estava descansando um pouco. Cheguei tarde do estágio ontem. E não tenho aula agora pela manhã. — Menti.

— São 16h da tarde, Madison e eu sei que você largou a faculdade e faltou tanto ao estágio que foi dispensada. — quem foi o maldito linguarudo?

— Céus! Quando foi a última vez que comeu ou tomou banho? — Ela fez uma careta ao dizer a última palavra.

Eu só balancei a abeça sentindo a torrente de lagrimas de descia.

— Oh, querida, está tudo bem! — Não estava, não. Nada nunca mais ficaria bem.

— Não precisa se preocupar comigo, Betty. Você já tem seus próprios problemas. Não precisa se envolver nos meus. — Betty havia sido diagnosticada com câncer de mama a alguns dias depois da morte dos meus pais e estava em tratamento.

— Você não é um problema para mim, Mad. Você me magoa falando assim.

— Desculpe! Não foi minha intenção.

— Eu sei. Faremos o seguinte. Encherei a banheira e você tomara um banho bem gostoso e relaxante enquanto preparo algo para você comer. Que tal? — Balancei a cabeça em afirmação me levantando da cama.

— Maravilha! — Disse se levantando e indo em direção ao meu banheiro. — Entrei no cômodo atrás dela na intenção de escovar os dentes, mas fiquei paralisada na frente do espelho. Não lembrava quando fora a última vez que me olhei, mas a imagem que vi me assustou. Eu estava extremamente magra, pálida e com olheira que deixariam um panda com inveja.

— Prepararei seu almoço. Quando a banheira encher um pouco mais, entre. — Betty afagou meu rosto e saiu do banheiro fechando a porta atrás de si. Tive que lutar contra a vontade de voltar correndo para o quarto, fechar as cortinas novamente e me enfiar embaixo das cobertas, ao invés disso, escovei os dentes, me despi e entrei na banheira.

Sai do meu quarto indo em direção à escada, entretanto algo chamou minha atenção.

Meu quarto ficava de frente para o quarto dos meus pais, por isso depois do que aconteceu eu sempre mantinha a porta fechada e nunca mais entrei lá.

I'll Stand By YouOnde histórias criam vida. Descubra agora