Capítulo 30 - Madison

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Abri o portão, fiquei aguardando enquanto observava o carro de polícia se aproximar. Os dois policiais saltaram da viatura e vieram andando a passos calmos em minha direção. Um deles era alto, branco, na casa dos 45 anos e ostentava um bigode grisalho e espesso, assim com seus cabelos. O outro era um pouco mais jovem, tinha pele bronzeada, cabelos cortados à máquina bem curtinhos e aparentava não ter mais que 25 anos.

Fui tomada por uma sensação estranha de Déjà vu enquanto eles subiam os poucos degraus da entrada. Quando meus pais morreram, a polícia vinha quase toda semana até aqui.

— Boa noite, senhorita! — O mais velho me cumprimentou. — Sou o policial Thorne e esse é meu parceiro, o policial Harrison.

O Bigodudo apontou para o marrentinho ao seu lado.

— Boa noite, policiais! Em que posso ajudá-los? — Tentei soar o mais tranquila possível, considerando que minhas mãos tremiam feito vara verde. — Aconteceu alguma coisa?

— Recebemos um chamado. Parece que um de seus vizinhos presenciou uma tentativa de invasão em sua residência, senhorita...? — O policial Thorne deixou a frase morrer para que eu pudesse completar.

— Madero. Mas pode me chamar de Madison.

— Certo, senhorita Madero. Viemos averiguar. — Completou Harrison.

O rádio acoplado em seu uniforme começou a chiar e uma voz feminina falou algo sobre um assalto seguido de morte em algum endereço perto dali. Ele levou a mão até o botão de volume e o abaixou.

— Ah, sim! — Respirei fundo, tentando falar sem gaguejar. — Posso explicar. Foi apenas um mal-entendido.

Dei uma risadinha que saiu mais estridente do que esperava e ambos continuaram sérios, olhando ao redor tentando encontrar algo ou alguém suspeito.

— Bom, resumindo. Meu ex não está aceitando muito bem o término, bebeu todas e achou que seria uma boa ideia pular o muro da minha casa para conversarmos. — Cocei a testa — Ele é um idiota! Por essas e outras que terminei. — Continuei — Algum vizinho deve ter passado na hora e achou que era um ladrão. Mas foi só isso, não teve invasão nenhuma. Bom, na verdade, teve, mas não da forma como vocês estão pensando.

— Sei! — Falou o mais novo com cara de poucos amigos. — Então, a senhorita não se incomodaria se entrássemos para dar uma olhada, não é mesmo?

Puta merda! Pelo visto, não fui tão convincente assim na minha explicação.

Se eu me recusasse a deixá-los entrar, ficaria óbvio que estava escondendo algo e a situação renderia mais.

— Claro! — Fiz um gesto com as mãos indicando a entrada para eles. — Fiquem à vontade!

Merda! Rezava com todas as minhas forças para que Zac não tivesse deixado nenhum vestígio seu pela casa. Eles entraram na frente e os segui.

— Harrison, você olha aqui em baixo e eu dou uma olhada lá em cima, OK? A senhorita, fiquei aqui.

Fiz que sim com a cabeça.

Fiquei em pé parada enquanto Harrison vasculhava cada cômodo do primeiro andar. Podia ouvir a movimentação do andar de cima. Harrison abriu a porta do banheiro e deu de cara com Jason deitado na banheira.

— Esse é o suposto invasor. — Falei olhando para Harrison e para Jason, que claramente não apresentava nenhum perigo, talvez só para ele mesmo.

Jason escutou nossas vozes e ergueu a cabeça na direção em que estávamos, olhou de mim para o policial e murmurou.

I'll Stand By YouOnde histórias criam vida. Descubra agora