Capítulo 7 - Zac

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Acordei cedo, como em todos os dias, aproveitei que Madison, provavelmente ainda não havia acordado, e fiz minha higiene matinal, tomei um banho rápido, olhei nos armários a procura de algo para comer e aquela garota precisava fazer uma visitinha ao supermercado ou morreríamos de fome. Voltei a contra gosto para o porão, pois hoje é quinta, o que significava que a equipe que Madison contratara para fazer faxina uma vez na semana na casa estava prestes a chegar.

Ouvi o telefone dela tocar incessantemente até ela atender, devia ser Betty querendo vir nos alimentar. Deus abençoe aquela mulher! Alguns minutos se passaram e a ouvi descer as escadas correndo, porta de entrada se abrindo e fechando num baque estrondoso. Céus, aconteceu alguma coisa!

Horas se passaram, a equipe de limpeza veio, limparam, foram embora, eu subi para buscar a comida que havia pedido, comi, lavei meus utensílios, voltei para o porão, saí do porão, me exercitei um pouco e nada de Madison chegar em casa. Já estava agoniado, há muito ela não ficara fora tanto tempo assim. Porra, eu realmente precisava sair dali. Já estava tão entediado que meu maior passatempo era vigiar a vida daquela riquinha deprê.

Vi pelo porteiro eletrônico quando o carro dela entrou pelo portão, desci correndo para o meu cafofo, ouvi quando ela entrou e o barulho de algumas coisas quebrando.

— DROGA! — barulho de vidro se quebrando.

— ISSO NÃO É JUSTO, DROGA! — mais um.

— ELA QUERIA VIVER, MAS QUE DROGA! — Ela chorava copiosamente.

Do que aquela maluca estava faland... Ah, não, Betty! Droga. Corri para o meu notebook e digitei na barra de pesquisa "Elizabeth Bell".

— A família acabara de confirmar que falecera nessa madruga, aos 56 anos, em decorrência de um ataque cardíaco, a editora e viúva do renomado promotor de justiça Jonathan Bell, a senhora Elizabeth Bell. — Li a notícia em voz alta.

Era uma pena, sei que ela lutava contra um câncer assim como a minha mãe, mas as coisas são do jeito que têm que ser.

Me distraio lendo as notícias, que nem me dei conta de que o silêncio havia se instaurado novamente no andar de cima. O que será que ela está fazendo?

A ouvi sair novamente.

Subi para ver o tamanho do estrago que ela fizera na sala de estar. A senhora Madero deveria estar se revirando no caixão ao ver seus vasos de cristal espatifados no chão. Fui até o andar de cima e entrei em seu quarto, parecia que um furacão passara por ali, tinham roupas jogadas para todos os cantos.

Mas o que chamou minha atenção mesmo foi o folheto jogado em sua mesa de cabeceira com uma foto de Betty, corada e cheinha uma foto de antes da doença. Suponho que aquele era o itinerário do velório. Olhei mais uma vez ao redor, agora ela estava sozinha, perdera a última referência de família, assim como eu.

Madison ficaria fora o restante do dia, com certeza iria auxiliar o filho de Betty a organizar o velório. Esse tempo era mais do que suficiente para que conseguisse traçar um plano para sair dali sem ser capturado. Iria sair do país, mas precisaria de passaporte e felizmente eu conhecia a pessoa certa para isso.

Mandei uma mensagem criptografada para Elijah. Aquele cara era maluco, mas sempre me ajudava em momentos de sufoco. Ele era um dos maiores falsificadores que eu já conheci. Ele pode fazer a falsificação mais perfeita de qualquer documento de qualquer lugar do mundo que você possa imaginar. Eu o conheci numa época meio sombria da minha vida, não que agora também não seja, já que estou morando escondido no porão de Madison.

Meu celular vibrou.

"Fala aí, cara, achei que finalmente Stabler tinha jogado seu traseiro branquelo atrás das grades."

I'll Stand By YouOnde histórias criam vida. Descubra agora