Capítulo 30 / E SE DER CERTO?

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Pov Valentina Albuquerque


No dia seguinte, eu acordo sentindo minha cabeça latejar, meus olhos também estão ardendo. Outra coisa que me incomoda, é a sensação esquisita no meu ouvido. Com certeza porque dormi com os fones no volume máximo depois que coloquei a fotógrafa pra fora do quarto, a música é a única coisa que me acalmaria. Não que tenha ajudado muito mas não queria ouvir mais nada vindo de Luiza. Eu não queria ouvir ela tentando se convencer que podemos dar certo, não quero que ela me defenda pelas coisas horríveis que faço, que eu fiz. Por mais que me doa admitir, Diego tem razão. Eu não sou boa suficiente para Luiza. Eu não queria mais machucá-la com as minhas palavras. Eu não deveria ter deixado ela entrar na minha vida. EU NÃO DEVERIA TER ENTRADO NA VIDA DELA! Eu não deveria ter quebrado minhas regras por ela, a principal delas e mais importante, regra número um: nunca demonstrar amor, ele pode te matar. Eu baixei a porra da minha guarda e tudo que eu consigo sentir agora é culpa, dor, angústia, medo. Estou com medo de perdê-la mesmo sabendo que isso será inevitável.

Meus pensamentos estão a milhão e decido sair do quarto. Meio cambaleando, desço as escadas com certa dificuldade. Não sei como encontro forças, mas consigo chegar até a cozinha para passar um café. Não sinto nenhuma dificuldade em beber quase um litro do líquido amargo, isso faz eu me sentir melhor. Cerca de trinta minutos mais tarde, ouço a campainha tocar. Solto um suspiro irritada.

Valentina: Seja lá quem for, vai embora. – Grito, ainda deitada no sofá.

Ana: Na verdade, eu só estava sendo educada, a porta não estava trancada. Bom dia, flor do dia! Com está passando? – Ela diz, entrando pela sala e sentando na poltrona em minha frente.

Valentina: O que você está fazendo aqui? – Franzo a sobrancelha, encarando a minha amiga.

Ana: Você não está sendo muito educada. Mas tudo bem, trouxe isso... – Ela retira da bolsa uma garrafa do que parece ser um whisky desconhecido.

Valentina: Ta brincando? São nove horas da manhã, eu não quero beber. – Respondo irritada. – E também não quero ver você, nem ninguém. – Me viro no sofá, pondo uma almofada em meu rosto para ignorá-la.

Ouço Ana suspirar e percebo que ela se aproxima de mim, tirando a almofada imediatamente.

Ana: Acorda aí, bela adormecida! Acelera! É um novo dia, vambora! – Fala com um sorriso sarcástico no rosto e gesticulando animada. Ela vai até a cozinha, suponho que esteja procurando por algum copo.

Valentina: Meu Deus do céu, o que eu fiz pra merecer isso? – Sussurro pra mim mesma.

A baixista para em minha frente, apoiando os copos na mesinha em frente a TV, ela enche ambos na mesma proporção.

Valentina: Você não acha que está meio cedo pra isso? – Pergunto, quando ela me alcança um dos copos.

Ana: Depois da noite de ontem, minha amiga... Eu acho que beber agora é o menor dos seus problemas. – Aponta seu copo para mim, com um sorriso irônico.

Solto um suspiro, ela tem razão. Olho para o líquido, dou uma leve balançada no copo e tomo um gole. Faço uma careta imediatamente ao sentir o gosto, mais uma vez observando o líquido, tentando lembrar de algo tão horrível que eu já tenha bebido na minha vida.

Valentina: Caralho... – Digo, colocando o copo sobre a mesa. – Eu já tomei whisky ruim, mas esse é péssimo. De onde você tirou isso?

Ana: Não é whisky, é chá. – Ela ri debochada. – Amabeli mandou lembranças. Ela disse pra eu vir aqui e cuidar de você.

Caos Perfeito - VaLuWhere stories live. Discover now