Capítulo 34 / E QUEM DISSE QUE ESTOU SOZINHA?

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Pov Valentina Albuquerque


Raiva. Eu sentia esse sentimento invadir cada célula do meu corpo. É impressionante como uma coisa mínima pode mudar sua vida e te colocar em um caminho que você nunca planejou. Eu fugi por muito tempo, o passado sempre me atormentou, nunca consegui controlar a fúria que existe em mim por causa dele. Dói, machuca, sangra. Mas talvez tenha chegado a hora de aprender com ele, e não fugir dele.

Valentina: Cadê o desgraçado? Eu vou matar esse cara! – Digo alterada assim que Olívia abre a porta.

Pra enfrentar um rival inteligente, você tem que ser tão ou mais inteligente quanto ele. Com a respiração pesada, eu observava o galpão isolado de qualquer civilização, as luzes pareciam estar ligadas em meia fase, o cheiro de poeira forte, um painel enorme conectado à três computadores chamaram minha atenção. Aparentemente, era aqui que Olívia e Griffin planejavam sem levantar qualquer suspeita da polícia corrupta.

Olívia: Você vai se acalmar? – Pergunta, suavemente.

Valentina: Me acalmar, Olívia? Me acalmar? – Grito, ainda mais irritada. – Esse desgraçado quase abusou da Luiza, eu quero é...

Olívia: Mas ele não aconteceu nada. Porque VOCÊ viu e nos avisou a tempo. – Me interrompe. – Nós estávamos lá! Pegaríamos ele de qualquer jeito, o babaca só facilitou o trabalho. Se controla, Valentina. Por favor!

Valentina: Não consigo me acalmar. – Digo, sentando na primeira cadeira que vejo. – É muita coisa acontecendo, eu não consigo pensar, não consigo me controlar, não consigo fazer nada, porra!

Olívia: Ei, isso não é verdade. – Diz, se ajoelhando na minha frente. – Graças à você, conseguimos pegar um deles. Valentina, você está sendo muito forte e corajosa.

Valentina: Nada adianta eu ser forte e corajosa se a Luiza continuar correndo risco. – Suspiro frustrada.

Olívia: Todos nós estamos correndo riscos. – Diz, firme. – O primeiro passo já foi dado, Valentina. Conseguimos algo muito difícil hoje a noite! Não vai demorar muito para que possamos agir de agora em diante. Eu só preciso que você esteja consciente e firme pra isso.

Respiro de forma ofegante, desviando o olhar dela.

Olívia: Eu sei o que você está sentindo. No fundo, eu também estou assustada. Mas você precisa estar no controle... Valentina, olha pra mim. – Pede com calma, eu obedeço. – Controle suas emoções, não deixe elas te dominarem. Eu preciso que você aprenda a disciplinar sua mente. Faça por mim, faça por você ou faça pela Luiza. Mas faça! É possível?

Eu a encaro por alguns segundos, ela aperta minha mão firmemente. Balanço a cabeça positivamente, Olívia sorri.

Valentina: Cadê ele? – Pergunto, com calma.

Olívia: Ah... Griffin só está tentando conversar com ele de uma forma mais tranqüila... – Ela diz, em seguida ouvimos Robson gritar alto. –  Ou talvez agora, Griffin teve que apelar para os métodos medievais. – Completa, apontando para a porta no final do corredor escuro.

Antes que eu pudesse responder, ouvimos o barulho do que parecia ser uma moto se aproximando e estacionar em frente ao galpão. Olívia me encara como se estivesse repreendendo.

Olívia: Como você deixou que alguém te seguisse até aqui? – Pergunta, tirando a pistola do coldre de coxa.

Valentina: Mas eu não deixei! – Respondo sincera. – Ninguém me seguiu! Eu acho.

Olívia: Droga, Valentina! – Diz, irritada. – Se esconda, rápido!

Valentina: Eu não. – Faço uma careta. – Não vou te deixar sozinha. Já que estamos na merda, vamos ficar juntas até o final.

Caos Perfeito - VaLuWhere stories live. Discover now