Წ Go Pierre! (Crônicas do Pierre)

✦ Capítulo 13

*ੈ✩‧₊˚༺☀༻*ੈ✩‧₊˚

13. O fim

*ੈ✩‧₊˚༺☀༻*ੈ✩‧₊˚

Apesar de tentar e tentar, eu ainda me sentia mal. Theo me incomodava de longe como podia. Alguns de seus amigos me incomodavam, me mandando vídeos, fotos e mensagens assustadoras, e eu bloqueava todos os perfis que apareciam fazendo esse tipo de coisa. Mas acima de tudo, eu tinha Scott do meu lado me defendendo de todos eles, e Patrick me apoiando como podia, já que ele havia se tornado meu melhor amigo. Mas sabe o que realmente me deixava mal?

Eu escrevia todos os dias. Sério, todos os dias. Mas então, Theo começou a fazer bullying comigo, eu comecei a ter problemas com... É, problemas de machucados. Fui desanimando. Fui deixando de escrever. Hoje em dia, me encontro no fundo do poço. Me sinto um completo perdedor. Um escritor fadado ao fracasso. De um ano pro outro parecia que meu cansaço e descontentamento comigo mesmo aumentava, multiplicava, triplicava.

Alguns dias eram verdadeiramente terríveis. Muitas vezes não tinha animo nem pra levantar da cama. Ficava deitado, pensando, chorando ou dormindo.

Matteo vinha me trazer comida e me fazer um carinho na cabeça. Às vezes me sinto determinado a melhorar e me levanto da cama, como, tomo banho, vou à escola e até tento arrumar o quarto. Mas ai eu me afundo novamente e fico dias sem comer ou sequer sair do maldito quarto.

Minhas faltas frequentes estavam começando a assustar meus professores. Claro, eu tinha um atestado e justificativas das minhas faltas graças ao meu psicologo. Mas mesmo com isso, temiam que eu não aprendesse o conteúdo a tempo e acabasse reprovando no último ano da escola.

Às vezes a única coisa que me tira da cama, é o Scott. Ele vinha estudar comigo, ou simplesmente me dar abraços e beijinhos. Algumas vezes ele me arrancava de casa para patinar. Muitas vezes eu acabo saindo de casa por conta própria para ver seus jogos. Scott era ótimo no hóquei. Com certeza entraria numa faculdade boa por ser atleta. E eu.... eu sentia que não estava pronto ainda. Não cresci o suficiente. Eu ainda sou uma criança... não sou?

Patrick também vivia me visitando, lendo livros novos pra mim ou me atualizando sobre fofocas da nossa escola e coisas que ele escrevia. Ás vezes ele me tirava de casa pra ajudar ele a comprar tecidos pra roupas que ele costurava. Algumas vezes eu ia a casa dele para ver os filhotes recém-nascidos de sua gata. Ele havia se tornando meu melhor amigo.

Hoje, no entanto, é um dia ruim. Scott tem um jogo fora da cidade e não vêm me ver. Patrick estava na escola e tinha um projeto de química pra fazer depois da aula, e não havia confirmado se vinha me ver ou não. Meus pais também estão fora. Daniel num julgamento, Matteo fazendo a matrícula de Max numa escola. Sua primeira escola. Por que tem que crescer tão rápido? Por que eu tive que crescer tão rápido? Odeio crescer.

Sei que pelo meu estado, eu não devia estar sozinho. Mas meus pais instalaram câmeras pela casa inteira e ficam me monitorando de tempos em tempos para garantir que estou bem sem eles. Eu preciso ficar bem. Nada vai melhorar se eu não me esforçar. Por isso, resolvi ao menos comer.

Me levantei da cama me sentindo meio tonto. Não como há um tempo. Minha pele está pálida e eu até perdi peso. Estou mal. Estou muito mal. Estou péssimo. Tudo dói. Só quero chorar e dormir o tempo todo. Mas continuei na batalha contra eu mesmo guiando meus passos lentos e desequilibrados para fora do quarto.

Fui até a cozinha. Peguei uma tigela na prateleira e procurei leite na geladeira. Me distraí com os imãs na porta da geladeira antes de abri-la. Meus pais tinham tantos ímãs de tantos lugares. Eles amavam viajar quando a minha mãe ainda estava viva. Eu estraguei tudo quando nasci.