Catarina
Vejo a reação de espanto que Maxwell carrega.
- Boa tarde.
- Não sabia que conhecia a srta. Castro - Maxwell olhou para mim confuso. E se ele se irritar? Eu ficaria com raiva se alguém se intrometesse assim na minha vida.
- Eu... - ele me olhou como se não estivesse entendendo nada.
- Sente-se.
- Tá.
- A srta. Castro quer saber como funciona a adoção por aqui.
- Isso é um hospital, não um orfanato.
- Ester está melhorando gradativamente, e se alguém quiser adotá-la, ninguém poderia ser melhor do que Castro como mãe.
- Quer mesmo adotar ela?
- Tenho quase trinta anos, uma ótima profissão, casa e condição suficiente para criar uma criança.
- Ela é uma criança doente.
- O doutor disse que se ela continuar melhorando não vai precisar de monitoração o tempo todo, posso levar ela ao hospital quando for necessário.
- Qual é o problema, Spencer?
- O que houve com a Jaqueline?
- A srta. Castro pediu para não deixar Jaqueline perto de Ester. Como logo a guarda vai ser dela, é melhor evitar conflitos - o inglês do diretor tem tanto sotaque que me perguntei se estava com raiva.
- Transferiu Jaqueline por causa disso?
- Castro me contou sobre o que ela fez. Para não causar mais preocupação é melhor assim.
- Como preferir - Maxwell se levantou e saiu do escritório sem dirigir nem uma palavra a mim.
- Peço desculpa pelo temperamento dele.
- Tudo bem - Desculpa Maxwell, só fiz o que o Espírito me guiou.
- Ele é muito bom com Ester. Pode me passar o número de Maxwell? Quero ter contato com que ela tem mais intimidade.
- Claro.
Não fui atrás de Maxwell, apenas peguei seu número com medo de que ele não me mandasse mensagem depois disso.
Sai do escritório e fui direto para o carro.
- Oi Isa?
- Alô? Está vindo me buscar?
- Ainda está na biblioteca?
- Sim.
- Estou chegando - bozinei esperando que ela já estivesse saindo.
- Como foi? - falou entrando no carro.
- Falei que vou adotar Ester.
- Você o que?!
- Falei com o diretor.
- Está ficando maluca?
- Eu sei. Parece loucura, mas quando Maxwell saiu do carro algo pulsou dentro de mim e quando percebi já estava na sala do diretor.
- Tem noção do que você fez?
- Não - falei trêmula - ainda não acredito que isso não é um sonho. Não consigo acreditar que encontrei Maxwell em uma viagem totalmente aleatória e agora estou prestes a me tornar mãe.
- Vou ser titia então.
- Isso é sério.
- Maxwell deve estar muito magoado, ele tem ela como filha e você vem com essa ideia de adoção.
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FOI NO FIM QUE TUDO COMEÇOU
Romance"Tudo que começa tem um fim, ciclos, guerras e até mesmo o choro". Catarina é uma mulher determinada e objetiva. Até que se encontra em um cenário contraditório de sua vida. Com um passado que nem mesmo ela conhece por ter perdido a memória em um ac...